Em evento esvaziado, oficialização de candidatura de Ramagem apela ao radicalismo e diz que vai tirar ‘soldados de Lula do Rio’

Em evento esvaziado, oficialização de candidatura de Ramagem apela ao radicalismo e diz que vai tirar ‘soldados de Lula do Rio’

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Ramagem enfatizou desejo de encerrar o que chamou de ‘desgoverno de esquerda’ e afastar influências ligadas a Lula na cidade.

O Partido Liberal (PL) anunciou oficialmente neste sábado, 16 de fevereiro, a pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro. Em um evento esvaziado, Jair Bolsonaro (PL) marcou presença, enquanto o deputado e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) concentrou seus esforços em associar o prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O clã Bolsonaro seguiu a mesma linha. Ramagem, em seu discurso, enfatizou o desejo de encerrar o que chamou de “desgoverno de esquerda” e afastar as influências ligadas a Lula na cidade do Rio de Janeiro.

Ele também recorreu a um trecho de um samba da Mocidade Independente de Padre Miguel, local onde ocorreu o evento, para ressaltar que “sonhar não custa nada”. Além disso, lembrou a vitória de Bolsonaro sobre Lula nos dois turnos das eleições de 2022 no estado e na cidade do Rio de Janeiro.

Além de Bolsonaro, estiveram presentes no evento líderes do PL, como o governador Cláudio Castro e o senador Flávio Bolsonaro, que liderou manifestações contra Paes e a favor de Ramagem.

Flávio declarou: “Quem está alinhado com Paes é o chefe da quadrilha, Lula”. Seu pai, Jair Bolsonaro, endossou o discurso, criticando a atual gestão municipal e acusando Paes de defender pautas como a “ideologia de gênero”.

Uma das estratégias do PL para a campanha de Ramagem é buscar uma abordagem nacional, aproveitando a baixa popularidade de Lula no Rio. Mesmo não sendo conhecido por adotar posturas extremistas do bolsonarismo, Cláudio Castro adotou um discurso incitando a população a “chamar o delegado” para restaurar a ordem na cidade.

A candidatura de Ramagem, no entanto, é vista como vulnerável por adversários devido às investigações sobre supostas atividades de espionagem ilegal durante seu mandato na Abin. Há o receio de que uma eventual condenação judicial possa minar suas chances na eleição.

Bolsonaro, ao apoiar Ramagem, destacou sua parceria com o ex-delegado da Polícia Federal, que foi indicado pelo vereador Carlos Bolsonaro após seu trabalho na segurança de Bolsonaro durante a campanha de 2018, após o atentado.

Ramagem chegou a ser nomeado por Bolsonaro para comandar a PF em 2020, mas a indicação foi anulada pela Justiça devido a suspeitas de interferência na corporação.

Em 2022, ele foi eleito deputado federal pelo Rio e agora é o candidato escolhido pelo PL para a disputa eleitoral, após o veto de Bolsonaro ao filho Flávio e a inelegibilidade do general Walter Braga Netto pela Justiça Eleitoral.

 

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