A manobra de Eduardo Leite para ‘dividir a responsabilidade’ na tragédia que assola o RS

A manobra de Eduardo Leite para ‘dividir a responsabilidade’ na tragédia que assola o RS

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O comportamento impetuoso contra o presidente da república cumpriu um objetivo: dividir com Lula a responsabilidade.

Eduardo Leite deu indícios de que utilizaria as redes sociais para, ao menos publicamente, explorar politicamente a tragédia que assola o Rio Grande do Sul. Com uma espécie de ofensiva contra o presidente Lula, Leite buscou não apenas transmitir um comportamento impetuoso, como também – e principalmente – uma postura combativa com relação ao presidente Lula. No entanto, a postura não foi bem recebida nas redes sociais.

Para além das críticas que condenaram o tom adotado pelo governador com relação ao presidente da república, em um momento em que não havia qualquer indício de inércia do poder federal, a ação de Leite cumpriu um outro papel: colocar Lula em evidência neste episódio. Com isso, Eduardo Leite – que até então era o alvo central das críticas pela condução do RS em meio à tragédia – passou a dividir com o presidente Lula a atenção não apenas da imprensa, mas também de bolsonaristas nas redes sociais. Aqui, se Eduardo Leite recebeu mais menções neste tema do que Lula até o dia 01/05, no dia 02/05 Lula recebeu 1.8x mais menções do que o governador no mesmo tema.

Entre os tweets citando o governador, 89% não apresentavam nenhum sinal de apoio e/ou elogio à condução da situação de calamidade que assola o Rio Grande do Sul. Lula, por sua vez, registrou um cenário mais equilibrado: 65% das publicações enalteciam a atuação do presidente e/ou faziam ponderações positivas com relação a sua atuação neste episódio.

Assim, Eduardo Leite até tentou mas não conseguiu dragar Lula para o cenário extremamente crítico que o governador enfrenta nas redes sociais. Sem apoio bolsonarista, com críticas oriundas do antibolsonarismo e ressalvas a postura impositiva adotada inicialmente nas redes, resta ao governador algo que pareceria óbvio desde o início: fazer seu trabalho fora das redes sociais.

Pedro Barciela/ICL

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