Paraguaia acusada de furto tem cabeça raspada

Compartilhe

Uma mulher paraguaia, de 47 anos, foi xingada, agredida, teve as roupas rasgadas, o cabelo raspado e a palavra “ladra” escrita na testa por um grupo de lojistas, em uma galeria do Brás, na região central da capital paulista, na tarde da última segunda-feira (6) (veja vídeo acima).

Ela estava sendo acusada de furtar roupas do local, conhecido pelo comércio de peças a baixo custo.

A vítima, que pediu para não ter o nome divulgado, diz que também ouviu frases xenófobas, como “volta para seu país” e “você não tem nenhum direito aqui no Brasil”.

Ela conta que foi ao Brás comprar peças para revender, já que é sacoleira aqui e no país vizinho, onde vive com o marido e três filhos. Na galeria Top Shop, onde foi agredida, teria apenas perguntado o preço de uma roupa infantil, mas não encontrou o que procurava. Antes, tinha comprado velas e chocolate.

Quando estava saindo do local, já dentro de um táxi, foi abordada por dois seguranças armados, que a fizeram descer. Ainda segundo seu relato, eles a levaram para uma sala no fundo do estabelecimento. Foi lá que a sessão de tortura começou, sem ser filmada. Segundo ela, rasparam sua cabeça, enquanto faziam ameaças, como de que a matariam. Ela também teria apanhado com um taco de madeira.

Fora da sala, em um corredor, as agressões continuaram. Um vídeo de dois minutos, gravado por uma das agressoras, mostra o momento: a vítima está com uma mochila e sacolas. Sua cabeça está raspada, e ela leva diversos tapas e socos no rosto dados por ao menos duas mulheres.

Elas xingam a vítima de “otária”, “vaca” e dizem: “Tem que apanhar”. Elas também afirmam que a mulher não teria entregado a amiga, que teria roubado um celular.

Em seguida, escrevem com uma caneta a palavra “ladra” em seu rosto e, com uma tesoura, cortam sua roupa. No fim do vídeo, a mulher corre nua pela galeria para fugir da agressão. As imagens mostram ao menos cinco pessoas — três mulheres e dois homens.

Depois da agressão, a paraguaia diz que ficou sentada na rua, desorientada. Uma outra mulher teria dado uma nova blusa para que se cobrisse.

Em seguida, escrevem com uma caneta a palavra “ladra” em seu rosto e, com uma tesoura, cortam sua roupa. No fim do vídeo, a mulher corre nua pela galeria para fugir da agressão. As imagens mostram ao menos cinco pessoas — três mulheres e dois homens.

“Migrantes e refugiados são sujeitos de direito e têm garantida sua dignidade, independentemente de nacionalidade ou condição migratória. Atos de racismo, xenefobia, intolerância, preconceito e outras formas de discrinação discriminação não podem ser relativizados ou silenciados”, escreveram Priscila Beltrame, vice-presidente da comissão, e Carla Mustafa, coordenadora do Núcleo de Migrantes e Refugiados da comissão.

*Com O Tempo

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: