Conselho de Ética: Lira travou ações contra bolsonaristas por mais de um ano

Conselho de Ética: Lira travou ações contra bolsonaristas por mais de um ano

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A pressa de Lira em levar Glauber Braga e Gleisi Hoffmann para o Conselho de Ética contraria a demora com a qual o presidente da Câmara conduziu ações contra bolsonaristas como Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis e Carla Zambelli, segundo a Fórum.

O rápido prosseguimento das ações movidas contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) e a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) – presidenta nacional do PT – no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contraria o histórico de lentidão com que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conduz processos semelhantes contra bolsonaristas e seus aliados.

A ação movida contra Glauber foi encaminhada no dia seguinte à sua apresentação, algo inédito. O processo tem a ver com o embate do psolista com Lira no dia 31. O presidente da Câmara cortou a fala do deputado e chegou a ameaçar retirá-lo à força do plenário após ter sido chamado de “ditador”.

Já o processo contra Gleisi demorou apenas 5 dias para ser encaminhado ao Conselho de Ética. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pediu a cassação da presidenta do PT em razão de um vídeo em que ela aparece reclamando de bolsonaristas que faziam provocações contra Lula.

Levantamento recebido pela Fórum com as últimas 24 proposições encaminhadas por Lira ao Conselho de Ética mostra que oito as ações movidas contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) demoraram mais de um ano serem encaminhadas por Lira. Outras cinco tardaram mais de 10 meses.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi o principal beneficiado com a demora de Lira em acionar o Conselho de Ética. Seis processos movidos contra ele só foram liberados no dia 12 de maio de 2022, quando o presidente da Câmara encaminhou 22 ações contra parlamentares de uma só vez. Os dois primeiros processos contra Eduardo foram apresentados por PT e PDT em março de 2021.

Essa liberação só aconteceu após a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) apresentar questão de ordem, no dia 22 de março de 2022, cobrando a tramitação dos processos, encaminhados vinte dias depois. Segundo a parlamentar, havia 19 representações movidas pelo PT engavetadas.

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