Desfile militar em Brasília – uma cena digna de “Os Trapalhões”

Uma das cenas mais lamentáveis e ridículas que a América Latina é capaz de produzir. A disposição que os militares têm de passar vergonha e se desmoralizar coloca em dúvida até mesmo a capacidade destes em garantir o papel constitucional pelos quais dizem ter compromisso, ou seja, a garantia da segurança e dos interesses nacionais.

Aliás, dúvidas sobre se os militares são capazes ou não de garantir os interesses do povo brasileiro já não deveria mais existir porque a resposta para esta pergunta já foi alcançada parcialmente se avaliarmos o comportamento dos militares nos últimos anos. Alegando preocupação com “instabilidades”, se colocaram no sentido de intimidar o Supremo Tribunal Federal para alcançar uma decisão judicial específica aqui ou ali. Além disso mandam recados via imprensa sobre quem pode ou não ser candidato e etc. Uma vez que estas medidas violam a soberania nacional para atender interesses do Imperialismo norte-americano, percebemos logo de cara que “zelo com o Brasil” é a última das preocupações.

A partir do momento que as Forças Armadas se posicionam politicamente no sentido de garantir a obediência do Brasil, quinto maior país do Mundo e outrora líder da América Latina para se curvar à Washington, aí realmente não há dúvidas. Não há preocupação com a segurança do Brasil coisa alguma, muito menos defesa de nossos interesses econômicos e sociais. Até quando iremos assistir à Forças Armadas se sujeitarem a tutela norte-americana? Por qual motivo dobrar a aposta nesta humilhação?

Mas pior que se submeter a esta humilhação é se submeter e se vincular a um ex-Capitão insubordinado que por circunstâncias conjunturais alcançou de maneira ultra controversa a presidência do Brasil. Como digerir tais fatos? Onde estão os militares nacionalistas? Creio que muitos militares se reviram no túmulo ao verem este espetáculo surreal. Uma instituição que deveria se dar ao respeito.

Onde queremos chegar com este episódio de Trapalhões? A luta atual na América Latina não é apenas defender a classe trabalhadora – verdadeira produtora da riqueza em nosso continente mas resgatar a soberania das nações latino-americanas e forjar Forças Armadas de fato defensoras dos interesses nacionais como faz a Venezuela, por exemplo. Neste ritmo que nos encontramos, somos os grandes candidatos a piada do Mundo.