O lado olaveiro de Sergio Moro

O lado olaveiro de Sergio Moro

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Uma das principais sacadas de Olavo de Carvalho para virar o guru dos reaças brasileiros eram as frases extravagantes.

Todo burro é sedento por mentiras eloquentes, por mais fantasmagóricas que sejam, elas ganham ar de verdade, mas sobretudo de slogan se forem apimentadas e exóticas, independente de ter algum grau de veracidade.

Como dizia um antigo produtor musical no auge da indústria cultural de massa, o importante não é a qualidade do artista, mas suas atitudes, principalmente as mais extravagantes. O público gosta desse tipo de exotismo comportamental. Quanto maior o picadeiro, mais divino se torna um falastrão.

Olavo levava isso ao pé da letra. No caso de Lula, por exemplo, ele começou dizendo que Lula roubou 1 trilhão, depois pulou pra 3 trilhões, mais tarde, para 6 trilhões, chegando a dois dígitos. O cascata não economizava no exercício diário de roncar grossas mentiras que, no final, provocavam até gargalhadas em quem via no velhote a figura do mago do fim do mundo.

Uma das suas últimas sacadas foi quando se viu encurralado por ainda defender Bolsonaro diante dos casos escabrosos de corrupção que envolvem a primeira-dama e Queiroz, ele admite a escancarada relação promíscua entre o miliciano e Michelle Bolsonaro, com um adendo sapecado em seu twitter:

“Isso é porcaria perto dos trilhões que Lula roubou. Vocês ficam falando do Queiroz e o depósito na conta da Michelle, isso é mixaria, porra!”

Esticando um pouco a paspalhice, Lula roubou trilhões, mas não foi pra ele não, fez coisa muito pior, patrocinou ditaduras que mataram centenas de trilhões de pessoas no mundo. Assim era o guru.

Quem repete Olavo nessa tática do absurdo, é Sergio Moro. O vigarista, para causar, não se preocupa nem com a simetria de seus arrotos contra Lula. De um lado, diz sem provar, que Lula cometeu o maior crime de corrupção da história das galáxias, desviando bilhões e mais bilhões para as suas contas, sem mostrar qual ou quais, mesmo virando pelo avesso as contas de Lula.

Mas isso nem é o pior, o pior é Moro apresentar como fruto desse maior roubo da história um muquifo de quinta categoria que chamam de triplex do Guarujá e uma reforma meia sola no muro, na cozinha e quartinho dos fundos do sítio que Lula frequentava em Atibaia.

Os dois, Olavão e Moro, além de terem um comportamento bronco, incomum, sempre apostaram no vai que cola, o importante é produzir manchetes e não debater, argumentar, provar ou coisa que o valha.

Trocando em miúdos, a direita brasileira, que hoje está na bancarrota eleitoral, apostou que a população brasileira era formada por idiotas e, agora, está sentindo o refluxo, com o PSDB dizimado, a campanha de Bolsonaro em franco derretimento, e a de Moro empacada em 6%. Sobre Dória, nem vale a pena comentar, quando ele tiver 2% de intenção de voto, fazemos uma tirinha lembrando que ele existe.

 

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