Paulo Guedes: um símbolo da decadência que o Brasil mergulhou

Paulo Guedes: um símbolo da decadência que o Brasil mergulhou

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As declarações do ministro da Economia Paulo Guedes indicam o grau de decadência que o país se encontra. O Brasil pós-Golpe de Estado de 2016 não cansa de nos surpreender. Além do país ter mergulhado num poço sem fundo através de uma burla mafiosa que brotou das entranhas da obscura e criminosa Operação Lava Jato, hoje mundialmente conhecida como uma grave fraude de motivações nefandas contra o povo – inclusive motivações geopolíticas – e que conduziu e facilitou a ascensão de um regime abertamente neoliberal e neofascista no país, o governo do “messias” levou para Brasília o que há de mais podre e fétido no Mundo da política e da economia. Paulo Guedes, um dos expoentes do neoliberalismo e do pinochetismo foi a moeda de troca que Bolsonaro apresentou aos mercados para angariar apoio eleitoral e posteriormente receber a bênção do Establishment no Palácio do Planalto. Aliás, é precisamente a nomeação de Paulo Guedes, um notório inimigo da classe trabalhadora do país como ministro da Economia que ainda mantém Bolsonaro na presidência da República, caso contrário, este já teria sido descartado pelos donos do poder econômico do país.

Além de todas as políticas de desertificação neoliberal que destroem e humilham o Brasil como o aprofundamento do saque ao patrimônio público nacional pelo sistema financeiro internacional (privatizações e desregulamentações diversas) bem como o declínio vertiginoso das condições de vida e trabalho da população que se dá na mesma proporção do aumento do desemprego e informalidade, a população ainda é obrigada a ouvir declarações públicas absurdas deste senhor via imprensa. Numa reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu) nesta terça-feira (27/04), Paulo Guedes fez aquilo pelo qual se destaca mais: espalhar notícias falsas, ou seja, Guedes acusou os chineses de terem inventado a Covid-19 após ele próprio ter sido vacinado com as duas doses da Coronavac em tempos recentes. Isso sem contar que a China continua sendo a maior parceira econômica do Brasil e de quem não podemos nos dar ao luxo de maltratar. A economia já ultra decadente do Brasil é dependente da parceria com os chineses. Criar ruídos e provocações contra a China não só agrada aos EUA que usa o Brasil pós-Golpe como peão no xadrez internacional como também prejudica o Brasil e os seus interesses nacionais.

Como se isso não fosse o bastante, Paulo Guedes se justificou com mais doses de mentiras ou mesmo ignorância absoluta sobre o sistema de “livres mercados” de quem ele se diz representante. Alegou em sua defesa que, apesar do Covid-19 ter surgido na China, o desenvolvimento da vacina americana da Pfizer seria mais eficiente do que a do país de origem do vírus, dando a entender que a Pfizer, uma empresa de “livre mercado” deu respostas mais sólidas do que a vacina de um país que não é regido pelas “leis de livre mercado”.

Ora, esta é uma afronta para o cargo que ele ocupa e um deboche da população. Alguém que tenha conhecimentos básicos consegue identificar que os EUA ou a Pfizer não representam nenhum sistema de “livres mercados”. É de causar espanto que alguém depois de tudo que se viu no Mundo hoje defenda a existência de “livres mercado e livre concorrência”. Para o Mundo da Economia, só é capaz de repetir este tipo de mantra religioso quem obviamente é ignorante da própria História do Liberalismo.

Contextualizando historicamente, os EUA apesar de se autodeclararem “defensores da liberdade, da democracia e do sistema liberal” são na realidade o total oposto disso na prática. Nenhum país do Mundo se esforça tanto em limitar a liberdade, destruir a Democracia e controlar o Capitalismo a seu favor do que os EUA. Do ponto de vista da teoria econômica não existe “livre concorrência” no Mundo desde a Crise dos monopólios aberta no início do século XX. As grandes corporações, vinculadas ao poder do Estado atuam no sentido de circunscrever possíveis oposições, eliminando-as numa simbiose que controla em escala global a mão-de-obra, matérias primas e mercados consumidores de modo a estabelecer poderosos monopólios intercontinentais. Que livre concorrência é esta? Dizer que empresas farmacêuticas americanas como Jonhson & Johnson, Merck & Co, Abbott ou mesmo a britânica AstraZeneca estabelecem relações de livre concorrência é para lá de otimismo. É uma tentativa de se falsificar a realidade. Talvez Paulo Guedes saiba disso, mas vive de mentir, vive de especular, criar factoides e debochar da cara da população. Seria Paulo Guedes mau caráter, ignorante ou as duas coisas ao mesmo tempo? É de causar repugnância, entretanto, que as estratificações médias da população que não possuem o menor conhecimento de política ou economia mas que pode votar e viralizar nas redes sociais com opiniões rasas (sendo portanto massa de manobra) aderem com facilidade qualquer palavreado dos integrantes deste infeliz e trágico governo. Até quando?

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One thought on “Paulo Guedes: um símbolo da decadência que o Brasil mergulhou

  1. Zallas
    abril 28, 2021 at 12:28 am

    O candidato do mercado, na eleição de 2018, ficou atolado no inicio do caminhada numa poça de lama chamada aécinho. Deu um pitaco no golpe, tentou tirar proveito e se lascou. Daí sobrou esta esbórnia ideológica anticomunista que está aí destruindo o país, com os negócios dele (o mercado) avançando mata adentro.

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