Análise: Ações e omissões dos EUA incentivam violência israelense em Gaza

Análise: Ações e omissões dos EUA incentivam violência israelense em Gaza

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Governo americano continua dando passe livre para ação militar no território palestino, apesar da indignação mundial causada pelo elevado número de civis mortos.

A guerra na Faixa de Gaza registrou dois episódios trágicos na última semana: as mortes de mais de 100 palestinos famintos enquanto esperavam para receber comida de comboios com ajuda humanitária e a marca de mais de 30 mil pessoas mortas no enclave desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.

Os dois fatos sangrentos levaram a um aumento da indignação mundial com relação à violência da ação militar israelense no território palestino.

Obviamente, ninguém nega o direito de Israel se defender de ataques contra sua população – um direito consagrado a todas as nações.

Também é fundamental criticar e condenar as atrocidades cometidas pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023.

Mas os líderes de alguns dos mais importantes países do mundo entenderam que era preciso condenar também o altíssimo número de mortes entre civis palestinos. Eles exigiram uma investigação independente, com punição aos culpados, pela morte dos palestinos que esperavam por comida.

Além disso, a administração Biden continua enviando ajuda militar aos israelenses e tem pedido ao Congresso americano que libere mais de US$ 12 bilhões para armas ao Estado de Israel.

Para tentar diminuir as críticas internacionais, Biden anunciou que os militares americanos iriam jogar comida e ajuda humanitária, por via aérea, para os civis palestinos.

A ação midiática começou neste sábado (2) e contou com pouco mais de 30 mil refeições imediatas.

Um número irrisório para os mais de dois milhões de palestinos deslocados dentro de seu próprio território pela devastação provocada pela guerra. Além disso, o despejo de comida por via aérea não é a forma mais efetiva de distribuir ajuda, ,segundo a CNN.

Ao invés disso, os americanos deveriam exigir a suspensão do bloqueio de água, comida, remédios e ajuda humanitária imposto por Israel à Faixa de Gaza desde o início do conflito.

Como o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos poderiam exercer muito mais pressão sobre Israel para preservar vidas de civis palestinos. Pressão efetiva.

Mas as ações e omissões de Washington acabam servindo de incentivo para que Israel continue uma campanha sangrenta no território palestino, sob pretexto de lutar pelo fim do Hamas.

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