Chefe da ONU apela contra corte de verbas de agência para refugiados

Chefe da ONU apela contra corte de verbas de agência para refugiados

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, fez neste domingo (28) um apelo pelo apoio financeiro à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).

Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Holanda, Suíça e Finlândia juntaram-se neste sábado (27) aos Estados Unidos, Austrália e Canadá na suspensão do financiamento à agência de ajuda, fonte influente de apoio à população de Gaza.

“Não se deve penalizar as dezenas de milhares de homens e mulheres que trabalham para a UNRWA, muitos deles em algumas das situações mais perigosas que existem no trabalho humanitário”, apelou Guterres.

Israel acusa 12 funcionários da agência de estarem envolvidos no ataque do grupo islâmico Hamas no dia 7 de outubro. Desde então, vários países suspenderam o financiamento à agência.

A acusação ocorre na mesma semana em que a Corte Internacional de Justiça, da ONU, ordenou que Israel tome todas as medidas para prevenir um genocídios em Gaza.

Guterres deu detalhes sobre os funcionários da UNRWA envolvidos nos “supostos atos abomináveis”. Das 12 pessoas, disse ele, nove foram demitidas, um foi dado como morto e as identidades dos outros dois estão sendo apuradas, segundo o Vermelho.

“Qualquer funcionário da ONU envolvido em atos de terror será responsabilizado, inclusive através de processo criminal”, disse o chefe da ONU em comunicado. “O secretariado está pronto a cooperar com uma autoridade competente capaz de processar os indivíduos.”

“Embora compreenda as suas preocupações — fiquei horrorizado com estas acusações — apelo veementemente aos governos que suspenderam as suas contribuições para, pelo menos, garantirem a continuidade das operações da UNRWA”, disse Guterres.

Em comunicado, neste sábado (27/01), o Hamas denunciou que Israel está em uma “campanha de incitação” contra agências das Nações Unidas que fornecem ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza.

Segundo a emissora catari Al Jazeera, o grupo de resistência palestina afirmou que se trata de uma “conspiração” criada pelas autoridades israelenses.

Na sexta (26), a agência declarou a abertura de uma investigação sobre funcionários do próprio órgão que estariam supostamente envolvidos na ofensiva do Hamas.

“As autoridades israelenses forneceram ao Acnur informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários do órgão nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados da Palestina, no Oriente Médio. O representante ainda afirmou que tomou a “decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação a fim de estabelecer a verdade”.

 

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