Governador de Buenos Aires denuncia armação para matar Cristina: ”Autor do disparo não era lobo solitário e tinha foto com Milei”

Governador de Buenos Aires denuncia armação para matar Cristina: ”Autor do disparo não era lobo solitário e tinha foto com Milei”

Compartilhe

Governador de Buenos Aires desmascara “armação para matar Cristina” e defende voto em Massa

“Autor do disparo não era lobo solitário e tinha foto com Milei”, denunciou Axel Kicillof, frisando que de “espontâneo não teve nada”. Para o governador, é preciso combater a violência e o discurso de ódio, o que começa derrotando o fascismo nas urnas.

Por Caio Teixeira, Felipe Bianchi e Leonardo Wexell Severo/ComunicaSul*, de Buenos Aires-Argentina

A atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por duas vezes presidente (2007 a 2015), chegava em sua casa onde uma multidão de apoiadores se aglomerava do lado de fora cantando palavras de ordem peronistas quando um homem se aproxima, saca uma pistola, aponta para sua cabeça e puxa o gatilho.

Cristina se encolhe assustada e, por um milagre, a arma não dispara. O homem tenta ajeitar a pistola e disparar de novo, mas é impedido pelos seguranças que imediatamente o prendem e o entregam à polícia.

É primeiro de setembro de 2022 e passa um pouco da meia-noite. O atirador, Fernando Sabag Montiel, exibe tatuagens com símbolos nazistas nos dois braços. Uma busca policial onde mora revelou mais material de mesma natureza.

Quando interrogado, disse que a razão do atentado foi “ódio generalizado” a todos os políticos.

Entretanto, em seu telefone apreendido, a perícia encontrou uma foto sua com Javier Milei, que se converteu no principal oponente ao campo progressista na corrida presidencial de 2023. A polícia deu por encerrado o caso poucos meses depois, responsabilizando apenas o criminoso preso em flagrante.

Frente ao auditório lotado do Centro Cultural da Ciência, em Buenos Aires, a premiada jornalista investigativa e escritora Irina Hauser lançou seu novo livro: “Morta ou Presa – a trama violenta por trás do atentado” (Editora Planeta, 262 páginas).

A solenidade contou com a presença do governador, recém reeleito da província (estado) de Buenos Aires, Axel Kicillof, uma das mais importantes lideranças peronistas da atualidade, próximo de Cristina e que estava presente na cena do atentado.

“Se você se debruça sobre os detalhes do atentado contra Cristina, fica claro que não foi nada espontâneo, que não foi ao acaso. O único acaso nesta história foi a arma ter falhado e a bala não ter sido disparada”, declarou Axel Kicillof.

“O autor do disparo não era nenhum ‘lobo solitário’ e tinha, inclusive, foto posando ao lado de Milei”, recordou o governador, frisando que a Justiça fez uma “desinvestigação” que beneficiou a extrema-direita.

Autora da obra, Irina Hauser escreve no Página12 e tem um trabalho reconhecido no campo de investigação judicial.

“A história da tentativa de assassinato de Cristina, cujo autor declarou ter sido motivado por sentimento de ‘ódio generalizado’, precisava ser entendida e contada com urgência”, relatou.

A investigação da autora, que contou com a colaboração de Ariel Zak, jornalista na Agência Telam, C5N e Rádio 10, apontou que o objetivo foi descrever o antes, o durante e o depois da tentativa fracassada de assassinato e entender quem eram os agentes por trás da trama e que não estavam presentes na cena do crime.

*Viomundo

Compartilhe

%d blogueiros gostam disto: