Guerras de aniquilação, como quer Netanyahu, às vezes resultam em derrota

Guerras de aniquilação, como quer Netanyahu, às vezes resultam em derrota

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete realizar uma verdadeira guerra de aniquilação do Hamas com a invasão da Faixa de Gaza pelas tropas israelenses.

Aparentemente, as Forças Armadas de Israel tem poder de fogo para aniquilar os terroristas do Hamas. Mas a invasão de uma área civil densamente populosa como Gaza não é garantia de que as coisas serão simples.

É verdade que há inúmeros momentos na história de sucesso dos invasores em guerras de aniquilação.

alvez os casos mais famosos sejam a guerra de Troia, que resultou na fundação do estado grego, e a invasão de Cartago, centro comercial mais importante do Mediterrâneo Antigo e uma das cidades mais ricas do mundo clássico. Foi destruída pelos romanos no ano de 146 antes de Cristo.

Mas também há casos de fracassos retumbantes, até na história mais recente.

Talvez o mais emblemático para os judeus seja a invasão promovida pela Alemanha nazista contra a União Soviética em 1941. Hitler falou em aniquilar os soviéticos e os judeus russos.

A campanha acabou resultando num enorme fracasso daquelas que eram consideradas as Forças Armadas mais poderosas da Europa na época, Muitos historiadores apontam essa tentativa de aniquilação como o motivo da derrota da Alemanha na Segunda Grande Guerra Mundial.

Depois teve a guerra de aniquilação promovida pelos Estados Unidos contra os soldados vietcongs. Foram anos a fio, nas décadas de 1960 e 1970, marcados pela a invasão do Vietnam. Uma luta do maior e mais preparado contingente militar do mundo contra soldados descamisados e uma população faminta.

Houve cenas horrorosas que entraram para a História, como daquela menina vietnamita, desesperada, chorando e correndo nua pela estrada com o corpo coberto por queimaduras de um agrotóxico, o agente laranja, que havia sido lançado pelos norte-americanos sobre as plantações para matar soldados escondidos.

O resultado foi humilhante para os Estados Unidos. Militares e diplomatas saíram fugidos, em 1975, depois que seu superpoderoso Exército sofreu milhares de baixas sob críticas e apupos da a opinião pública norte-americana

E agora estamos vendo a invasão da Rússia contra Ucrânia. Outro fracasso. Oficialmente a guerra começou em novembro de 2022. Mas em fevereiro Putin já havia anunciado que promoveria a desmilitarização completa da Ucrânia. Ou seja, a aniquilação do Exército ucraniano.

Faz mais de um ano. E a invasão está se tornando um fracasso militar, político e diplomático para a Rússia.

Pois é. Guerras de aniquilação podem acabar muito mal para quem se acredita vitorioso de antemão

Não dá para torcer pelo sucesso ou pelo fracasso de nenhuma guerra de aniquilação. Os terroristas do Hamas e Netanyahu não merecem nossa torcida. Mas dá para torcermos que, de alguma forma, a carnificina chegue o fim.

*Tales Faria/Uol

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