PF vê contradição em depoimentos de Daniel Silveira e Bolsonaro sobre plano golpista contra Moraes

PF vê contradição em depoimentos de Daniel Silveira e Bolsonaro sobre plano golpista contra Moraes

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O depoimento do ex-deputado Daniel Silveira à Polícia Federal (PF), no inquérito que apura o suposto plano golpista contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, apresenta divergências em relação ao prestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Silveira disse à PF que Bolsonaro “não foi avisado com antecedência que o senador Marcos Do Val iria ao seu encontro”. O ex-parlamentar, então, afirmou que Do Val o procurou e “insistiu”, por telefone, para conseguir uma agenda com Bolsonaro.

Depois disso que o senador foi informado sobre a data que encontraria o presidente no Palácio da Alvorada. “Se Marcos do Val tivesse interesse, que aparecesse por lá”, relatou Silveira à PF. O senador, então, teria aguardado o ex-deputado na entrada da residência oficial.

Já na versão apresentada por Bolsonaro, o ex-mandatário disse que “recebeu um telefonema de Daniel Silveira informando que o senador Marcos do Val gostaria de falar” com ele. O ex-presidente ainda disse que “quem solicitou a reunião” foi Silveira. Essa foi a primeira contradição detectada pela PF.

Silveira alegou também que não sabia o teor do que seria tratado entre o senador e Bolsonaro. Segundo o ex-deputado, Do Val disse que o assunto era “sigiloso” e que “necessitava de um encontro rápido” com o então presidente. Já Bolsonaro relatou à PF que Daniel Silveira adiantou, sim, que Moraes estaria na pauta do encontro.

Um terceiro ponto de divergência nos depoimentos foi sobre a própria reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília. Silveira disse que o encontro com ex-chefe do Executivo e Do Val durou “de sete a 10 minutos”. O ex-deputado também afirmou que o senador fez elogios a Bolsonaro e disse que teria “uma bala de prata para usar contra o ativismo judicial”.

Bolsonaro, no entanto, disse que a conversa durou 20 minutos. Vale destacar que o ex-capitão já relatou a interlocutores que, no encontro, mais ouviu os outros dois do que falou. Essa versão informal, caso verídica, também iria contra a versão de Silveira.

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