O tempo de Campos Neto está prestes a esgotar

O tempo de Campos Neto está prestes a esgotar

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Luis Nassif*

O período mais irresponsável da história do BC entra em contagem regressiva e mostra o risco de um conceito esdrúxulo de independência.

Roberto Campos Neto está conseguindo um feito extraordinário, para um presidente do Banco Central. Sua gestão está descontentando gregos e troianos, desenvolvimentistas e mercado.

A Selic a 13,75% é fruto ou da suprema insegurança dele, ou da tentativa de inviabilizar o governo. Só que essa taxa está inviabilizando muito mais setores do que ele supunha.

O período mais irresponsável da história do BC entra em contagem regressiva e mostra o risco de um conceito esdrúxulo de independência

Roberto Campos Neto está conseguindo um feito extraordinário, para um presidente do Banco Central. Sua gestão está descontentando gregos e troianos, desenvolvimentistas e mercado.

A Selic a 13,75% é fruto ou da suprema insegurança dele, ou da tentativa de inviabilizar o governo. Só que essa taxa está inviabilizando muito mais setores do que ele supunha.

Os grandes bancos já se tornaram críticos de sua política, embora mantendo a sobriedade de sempre. Selic nesse nível inviabiliza o mercado de crédito, porque encarece o custo de captação e aumenta a chance de inadimplência.

O mesmo acontece com o mercado de capitais, a enorme gama de fundos lastreado em recebíveis, ações setoriais e outros ativos. A Selic está praticamente inviabilizando o mercado de capitais.

Dias atrás, um técnico da Fazenda anunciou medidas para destravar o crédito não bancário, entre as quais o fim do teto de juros – que não poderia ultrapassar a Selic. O mercado herda a clientela que não é aceita pelos bancos, com um risco maior de inadimplência. Justamente por isso, as taxas cobradas serão exorbitantes, com pouquíssimos tomadores.

Nesse quadro, o mercado de crédito privado desmilinguiu-se, agravando a situação de muitos setores, como o varejo, alimentos e bebidas.

Por outro lado, com todas as críticas que merece, o novo arcabouço fiscal eliminou o último álibi de Campos Neto para não reduzir os juros.

As críticas do mercado tiram o único ponto de segurança de Campos Neto. Despreparado, inseguro, ele depende emocionalmente da aprovação do mercado para suas loucuras. E a escora vai ser tirada.

O que poderá fazer? Provavelmente o início antecipado de um processo lento de redução da Selic. Depois de todas as tolices que perpetrou, não haveria condições de uma redução rápida, sem desmoralizar a tal independência do banco.

*GGN

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