Gleisi Hoffmann: Bolsonaro fez uma ‘parafernália’ e onde estava o BC?

Gleisi Hoffmann: Bolsonaro fez uma ‘parafernália’ e onde estava o BC?

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A escalada de reclamações do governo e seus apoiadores contra o Banco Central ganhou um reforço político. Quem agora protesta é a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Ela reclama da nota emitida pelo Banco Central (BC) em que identifica tom bem mais crítico do que o que era usado com o governo de Jair Bolsonaro.

Gleisi destaca no texto do BC o trecho que cita “a ainda elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais que implicam sustentação da demanda agregada”.

“Críticas assim não foram feitas à gestão Bolsonaro, com toda a parafernália que eles fizeram na pré-eleição e durante o período eleitoral”, rebateu a presidente do PT à coluna. “Com tudo isso, o BC nunca soltou uma nota dura assim, falando de incerteza sobre o futuro. Bolsonaro fazia de tudo e onde estava o Banco Central?”.

Gleisi avalia que a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, faz um recuo em relação à nota. “O presidente Lula demarcou isso, falou sobre as posições do BC e trouxe à luz o esforço que a Fazenda tem feito”, avalia a deputada. “Mas para o Banco Central reconhecer isso foi preciso Lula brigar, falar grosso”.

A ata que saiu hoje, interpreta a presidente do PT, faz uma mediação.

Em um tuíte postado ontem, Gleisi chegou a se referir ao Banco Central como “a última trincheira do bolsonarismo no poder”.

“Vamos analisar: estão trabalhando com uma previsão de crescimento de 0,7% ou 0,8%. Isso é muito ruim, porque aponta para uma desaceleração e depois caminha para uma recessão”, lamenta ela. “Isso quer dizer desemprego, quer dizer problemas. Manter uma taxa alta como está é apostar em desaceleração econômica e recessão. Isso tem implicação política, a quem interessa?”

E questiona: “O BC quer encaminhar o Brasil para uma recessão com essa taxa de juros que não tem necessidade de estar nesse patamar? As políticas econômicas não são neutras, o reflexo é sempre político”.

*Chico Alves/Uol

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