Deputado está proibido de usar redes sociais; pelo Instagram da mulher, chama ministro do STF de “mentiroso da República”
Segundo o Poder360, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) driblou restrição imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e usou as redes sociais para criticar o ministro da Corte Alexandre de Moraes. Pelo Instagram de sua mulher, Paola Silveira, o congressista chamou o magistrado de “mentiroso da República e dos Poderes”.
Silveira é candidato ao Senado nas eleições de outubro. Foi condenado pelo Supremo em 20 de abril a 8 anos e 9 meses de prisão e recebeu indulto do presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia seguinte. Mesmo com a anulação da pena, as restrições impostas pelo STF foram mantidas. Entre elas, a proibição de usar as redes sociais.
No vídeo de pouco mais de 6 minutos, ele declarou usar o perfil da mulher por estar “censurado”.
Segundo ele, Moraes é o “mentiroso da República e dos Poderes, que desrespeita às leis e não respeita nada da Constituição”. Silveira disse que “caga e anda” para as determinações do ministro, pois “são medidas que não existem dentro do Direito”.
O vídeo foi postado no Instagram, mas não tem como acessá-lo, pois consta como retirado.
O congressista também falou que tem a lei ao seu lado para poder disputar as eleições de outubro. A federação Rede-Psol entrou em 15 de agosto no TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) com pedido de impugnação da candidatura de Silveira. As legendas argumentam que ele já estaria inelegível por ter sido condenado pelo STF.
Silveira disse que recorrerá e “sabe que vai vencer” porque tem “que vencer o mal”.
No vídeo, Silveira disse ainda que falaria sobre “o jogo sujo da política e dos partidos”, em especial do PL, partido de Bolsonaro. “Não estou falando do presidente, o presidente tem meu apoio”, falou. Segundo ele, a diretoria do partido estaria “chantageando” candidatos que queiram estar ao lado de Silveira na campanha eleitoral ao invés do senador Romário (PL-RJ).
O deputado falou não ter “nada contra” Romário, mas estranha a atitude atual do senador. “Era sempre festa […], sempre aquele tipo de libertinagem”, afirmou. “Mas eu não posso ficar 8 anos no Senado ou 4 anos na Câmara e não ser producente, não entregar nada de trabalho e falando mal do presidente ou votando contra o presidente e depois falar assim: ‘Agora eu sou bolsonarista’”.
Segundo o deputado, o PL estaria retirando verba do fundo eleitoral e tempo de televisão de quem o apoie na corrida ao Senado. “Se o partido não der o material para o candidato, ele vai acabar não tendo capilaridade da informação da eleição dele”.