‘Orçamento secreto’: apoiadores de Pacheco receberam R$ 2,3 bilhões em 2021

‘Orçamento secreto’: apoiadores de Pacheco receberam R$ 2,3 bilhões em 2021

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Os 57 senadores que votaram para que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fosse eleito presidente do Senado, em fevereiro do ano passado, receberam ao menos R$ 2,3 bilhões do “orçamento secreto” ao longo de 2021, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com a reportagem, o valor foi reservado após a confirmação de que Pacheco venceu a disputa para presidir a Casa. O “orçamento secreto” foi como ficaram conhecidas as emendas do relator-geral, que não respeitam critérios de transparência ao destinar recursos da União a parlamentares, segundo o Uol.

Pacheco foi eleito com apoio do ex-presidente da Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e era o candidato que também contava com o aval do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os 21 senadores que votaram na senadora Simone Tebet (MDB-MS), que hoje é pré-candidata à Presidência e ficou em segundo lugar para comandar o Senado, receberam um total de R$ 130 milhões do “orçamento secreto” no ano passado.

Entre os senadores que apoiaram Pacheco, Marcio Bittar (União Brasil-AC) foi o que ficou com a maior fatia do valor que foi repassado — sozinho, parlamentar recebeu R$ 460,3 milhões. Em segundo lugar aparece a senadora Eliane Nogueira (PP-PI), suplente do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil). O valor pago a ela foi de R$ 399,3 milhões.

A lista segue com o próprio Pacheco, que recebeu R$ 180,4 milhões; Daniella Ribeiro (PSB-PB), R$ 115,7 milhões; e Fernando Bezerra (MDB-PE), R$ 143,9 milhões.

Para identificar as cifras destinadas aos senadores que apoiaram um e outro candidato na disputa em 2021, foram consideradas as indicações de emendas encaminhadas pelos próprios parlamentares ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas nem todos informaram os valores recebidos em emendas do “orçamento secreto”.

Conforme disse ao jornal, Do Val ficou sabendo por Davi Alcolumbre, ex-presidente do Senado e um dos coordenadores da campanha de Pacheco, que receberia a “gratidão”. A conversa teria ocorrido ao final da disputa, que definiu o nome de Pacheco para chefia da Casa, e a quantia de R$ 50 milhões foi reservada no ano passado para ser executada em 2022.

Eu não sei qual é a conversa que ele [Pacheco] teve em valores com os outros. Para mim, quem me ligou dizendo foi até o Davi [Alcolumbre], não foi nem o Rodrigo. E aí com o Davi que eu perguntei. Eu achei até muito para eu encaminhar para o Estado, mas como questão de saúde, eu não vou negar. Eu perguntei: ‘Mas teve algum critério?’ Ele só falou: ‘Aquele critério que o Rodrigo falou para vocês lá no início’. ‘Ah, tá, entendi.’ Mas ele falou: ‘Só que o Rodrigo te colocou no critério como se você fosse um líder pela gratidão de você ter ajudado a campanha dele a presidente do Senado’. Eu falei: ‘Poxa, obrigado, não vou negar e vou indicar’. Senador Marcos do Val (Podemos-ES) ao jornal.

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