Política de preços quer desmoralizar Petrobras, diz engenheiro: ‘Botijão poderia custar R$ 60’

Política de preços quer desmoralizar Petrobras, diz engenheiro: ‘Botijão poderia custar R$ 60’

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Para pesquisadores, preço poderia ser reduzido sem prejuízo a ninguém, mas interesses são vorazes.

A Petrobras poderia alterar sua política de preços sem causar prejuízo a nenhum dos setores envolvidos e assim beneficiar o consumidor, afirmam, em síntese, o economista Eduardo Costa Pinto e o engenheiro Fernando Siqueira. Eles participaram de debate que integra uma série promovida pelo site Outras Palavras, sobre os rumos da empresa. O conjunto de programas começou a ser veiculado em 26 de abril e terá ainda dois episódios, nas próxima terça e quarta (17 e 18).

Para Siqueira, da associação dos engenheiros na Petrobras (Aepet), entre as estratégias para enfraquecer a companhia, a atual política de preços (PPI) é de desmoralização. “Para jogá-la contra a opinião pública e justificar sua privatização”, afirma. Segundo, a distribuição dos preços é “imoral”, assim como o lucro nos últimos anos.

“Imoralidade total”

De acordo com o engenheiro, no caso do GLP (gás de cozinha), por exemplo, a Petrobras ficava com 32%, os impostos correspondiam a 18% e a parte do revendedor, a 50%. “Absurdo, imoralidade total. Aí eles mexeram, reduziram a participação da distribuidora de 50 para 38, altíssimo ainda, e na Petrobras, que era 32, passou para 48, 49. A Petrobras absorveu a imoralidade”, critica Siqueira. “Se fossem cobrados preços corretos, o botijão poderia estar na faixa de 60 reais e ainda daria muito lucro para todo mundo.” Com média de R$ 114, aproximadamente, o botijão chega a custar até R$ 160. A situação vale também para o diesel, cujo lucro ele também chama de “imoral”.

Ou com a gasolina, acrescenta, cuja parte da Petrobras é de 38,5%. “Mas tem um detalhe: em cada litro, a Petrobras coloca 73% de gasolina, 27% é etanol. Então, está recebendo 2,81 por 70% de um litro, o que corresponde a um valor de 3,84 reais, que custa 1,30. “É um ganho também extremamente alto, que não condiz com a condição de uma empresa estatal criada com fins sociais, depois do maior movimento cívico da história do nosso país. É uma crime de lesa-pátria, para que a população se indigne e torça para que ela seja privatizada.”

*Com RBA

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