Hardt admite que não deveria ter homologado a fundação Lava Jato, em depoimento ao CNJ

Hardt admite que não deveria ter homologado a fundação Lava Jato, em depoimento ao CNJ

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A declaração foi dada por Hardt em oitiva, que consta no relatório final da correição extraordinária feita nos gabinetes da Lava Jato

Em depoimento ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a juíza e ex-substítuta da 13º Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, admitiu que não deveria ter homologado o acordo do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) com a Petrobras, que previa a criação de fundação privada usando parte da multa milionária aplicada à estatal pelos Estados Unidos.

“Hoje pra mim é muito claro que esses acordos de leniência deveriam ter sido homologados na vara cível e não na vara criminal; mas estavam homologados, os valores estavam sendo depositados lá; o Ministério Público celebrou os primeiros acordos de colaboração sem a AGU e CGU junto”, afirmou Hardt na oitiva, que consta no relatório final da correição extraordinária feita nos gabinetes da extinta Operação Lava Jato.

Em janeiro de 2019, a então juíza da 13ª Vara, pressionada por Deltan Dallagnol e seu time de procuradores, decidiu homologar o acordo inconstitucional, que previa a transferência de R$ 2,5 bilhões para uma instituição privada, oriundos da devolução parcial dos EUA ao Brasil da multa que a Petrobras aceitou pagar para se livrar de ações nos tribunais estadunidenses. O GGN expôs o escândalo e divulgou em primeira mão os documentos dos acordos assinados com os americanos.

Já em junho de 2023, a partir da correição extraordinária feita na 13ª Vara e na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), principais palcos da Lava Jato em primeira e segunda instâncias, determinada pelo corregedor-geral de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, a própria Hardt confessou também como foram feitas as tratativas informais com o MPF.

*GGN

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