Com iniciativas privadas e pública, Brasil abre três frentes para desenvolver foguete até 2026

Com iniciativas privadas e pública, Brasil abre três frentes para desenvolver foguete até 2026

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Finep passou a financiar duas iniciativas privadas, que se somam à pública, para desenvolver veículo de pequeno porte para inserir um satélite em uma órbita estável.

O Brasil tem a partir de 2024 três frentes para desenvolver um foguete nacional. Além da iniciativa pública por um Veículo Lançador de Microssatélite (VLM), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) selecionou e passa a financiar dois projetos da iniciativa privada por um Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP).

Apesar de cada uma das três iniciativas perseguir uma solução tecnológica própria — que permanecem majoritariamente em sigilo —, o objetivo é o mesmo: desenvolver um veículo de pequeno porte para inserir um satélite em uma órbita estável, explica Rodrigo Leonardi, diretor de gestão de portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB) em entrevista à CNN.

As frentes abertas na iniciativa privada são as principais novidades. Em dezembro do ano passado a Finep e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgaram as empresas selecionados, em edital aberto no final de 2022, para o desenvolvimento dos foguetes nacionais.

Um dos consórcios escolhidos é liderado pela Cenic Engenharia Indústria e Comércio Ltda, que receberá R$ 190 milhões; outro, pela Akaer Engenharia S.A, que fica com R$ 180 milhões. O investimento é não reembolsável e o prazo para as entregas é de 36 meses a partir da assinatura dos contratos — ou seja, os foguetes devem estar prontos em 2026.

Para a iniciativa pública, Rodrigo Leonardi evita cravar prazo, mas indica que o projeto está mais adiantado que os demais. A trilha de desenvolvimento é a seguinte: deve acontecer neste ano o segundo tiro em banco com o motor-foguete S50. Caso haja sucesso, será projetado um veículo suborbital VS-50, que em uma terceira etapa resultaria no VLM.

Leonardi indica que apolítica espacial brasileira tem como diretriz o desenvolvimento destes foguetes. O técnico destaca gargálos, como a falta de financiamento, que impediram essa entrega. Também menciona trauma deixado pela explosão, em 2003, de veículo que levaria um satélite nacional ao espaço. A tragédia em Alcântara (MA) matou 21 profissionais.

Apesar deste histórico, o diretor afirma que o Brasil tem atuação de sucesso no campo de suborbitais — que podem superar os 100 km de altitude e chegar ao espaço, mas não se sustentam em órbita. O VSB-30, desta categoria, vai ao espaço, é produzido regularmente e, inclusive, exportado.

“Diria que estamos muito orgulhosos dos feitos da tecnologia brasileira no suborbital. O que queremos agora é ter um veículo com capacidade de inserir um satélite em órbita ao redor da terra”, disse.

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