Ministros do STF dizem que Bolsonaro pode ser preso por estada de dois dias na embaixada, mas há cautela

Ministros do STF dizem que Bolsonaro pode ser preso por estada de dois dias na embaixada, mas há cautela

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Decisão será de Alexandre de Moraes.

A visita e permanência por dois dias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na embaixada da Hungria em Brasília pode justificar a prisão dele por sinalizar uma tentativa de se evadir do país e não ser preso.

A opinião é de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pela coluna, e também de criminalistas.

A possibilidade, no entanto, é debatida com cautela pelos magistrados, pela repercussão que pode gerar.

Uma outra possibilidade seria que ele passasse a usar tornozeleira. A decisão será do ministro Alexandre de Moraes.

A defesa do ex-presidente afirma que ele foi à embaixada apenas para “manter contatos com autoridades do país amigo”.

O jornal New York Times revelou nesta segunda (25) que Bolsonaro foi recebido pelo embaixador Miklos Tamás Halmai quatro dias depois de ter o passaporte apreendido por determinação de Alexandre de Moraes. Sem o documento, ele está impedido de deixar o país pelas vias regulares.

A entrada e a saída do ex-presidente da embaixada foram filmadas, e as imagens foram divulgadas pela publicação. De acordo ainda com o New York Times, funcionários da diplomacia húngara foram orientados a trabalhar em casa, sem explicação, no período em que Bolsonaro lá estava.

A coincidência reforça a hipótese de que o ex-presidente teria passado os dias na embaixada para discutir a possibilidade de pedir asilo à Hungria, país hoje presidido por Victor Orbán, de ultradireita.

Caso um pedido de prisão fosse feito contra o ex-presidente, ele não poderia ser detido por causa da inviolabilidade diplomática: terrenos e imóveis de embaixadas são considerados territórios de seus respectivos países.

De acordo com criminalistas ouvidos pela coluna, qualquer atividade que aponte para o não cumprimento de uma sentença pode embasar um pedido de prisão preventiva, como cautela para que a pessoa não consiga escapar da pena.

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