Minuta do golpe: deputados e senadores estavam na cena do crime

Minuta do golpe: deputados e senadores estavam na cena do crime

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Van Hattem, Osmar Terra e Eduardo Girão estiveram na casa que sediou comitê de Bolsonaro e, depois das eleições, passou a ser o QG do Golpe.

Nos dias em que o núcleo-duro do plano para manter Jair Bolsonaro no poder se esmerava para finalizar a minuta do decreto de golpe descoberta mais tarde pela Polícia Federal, o movimento na casa do Lago Sul de Brasília onde parte da estratégia foi traçada estava intenso.

Era final de novembro de 2022. No mesmo endereço havia funcionado o comitê de campanha de Jair Bolsonaro – bancado, obviamente, pelo PL. Após a derrota, por lá se mantiveram – bem operantes, como se diz no jargão militar – alguns dos mais importantes homens do (ainda) presidente, segundo Rodrigo Rangel, Metrópoles.

Walter Braga Netto, o general que fora candidato a vice e tinha esperança na virada de mesa, era o chefão do QG, sempre ladeado pelo séquito de oficiais do Exército que o acompanhava.

O general recebia convidados freneticamente. A coluna montou campana na frente da casa e pôde atestar, à época, a conexão direta entre a turma que batia ponto no endereço e o acampamento montado na frente do Forte Apache, como é chamado o complexo no Setor Militar Urbano onde funciona o comando do Exército.

Em caminhonetes turbinadas e decoradas com bandeiras do Brasil, lideranças do acampamento chegavam e saíam com frequência. Tinham livre acesso à casa.

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Além de Braga Netto, outro personagem relevante da trama golpista, Filipe Martins, costumava frequentar o QG no Lago Sul. Assessor especial de Bolsonaro, Martins foi o responsável, segundo a Polícia Federal, por alinhavar a minuta do decreto do golpe.

Uma vertente que, ao menos publicamente, ainda não entrou na alça de mira dos investigadores e que merece ser devidamente esquadrinhada envolve a participação de parlamentares bolsonaristas na maquinação que resultou no decreto.

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