Breno Altman: nunca vi o estado de Israel tão isolado

Breno Altman: nunca vi o estado de Israel tão isolado

Compartilhe

Altman argumenta que, sob a ótica sionista, nunca houve uma verdadeira intenção de coexistência com um estado palestino.

Em uma entrevista reveladora, o jornalista e escritor Breno Altman, editor do Opera Mundi, conversou com Leonardo Attuch, editor da TV 247, sobre seu novo livro “Contra o sionismo”. A obra, que Altman descreve como um “livro de combate”, mergulha nas raízes e implicações do sionismo, uma questão que, segundo ele, sempre esteve presente em sua vida.

Altman relembra as influências familiares e ideológicas que moldaram sua visão sobre o tema. “Meu pai e meu avô sempre foram contra o sionismo”, revela, destacando que esta era também uma postura comum entre os judeus comunistas. Ele enfatiza que no Partido Comunista, a filiação ao sionismo era proibida, equiparando-a à defesa do racismo.

A questão da coexistência israelense-palestina é central em seu discurso. Altman argumenta que, sob a ótica sionista, nunca houve uma verdadeira intenção de coexistência com um estado palestino. Para ele, o estado judaico é marcado por uma supremacia racial, algo que ele considera incompatível com a coexistência pacífica. “É uma guerra de 100 anos contra o povo palestino”, afirma, criticando o que vê como uma estratégia de enrolação no discurso dos dois estados.

Altman também aborda o atual isolamento do Estado de Israel. “Nunca vi o estado de Israel tão isolado como atualmente”, diz, observando que até grupos judaicos estão adotando posturas anti-Israel. Ele faz uma comparação contundente entre as ações de Israel e eventos históricos, afirmando que Israel mata mais, proporcionalmente, do que o ocorrido na Segunda Guerra Mundial na Europa. Segundo ele, os ataques israelenses visam a capacidade reprodutiva dos palestinos, uma estratégia para interromper sua continuidade populacional.

Questionando a existência de um “sionismo de esquerda”, Altman observa que há uma esquerda sionista, mas não considera que estas posições sejam compatíveis. Ele discute o papel dos Estados Unidos e da “fração judaico-sionista da burguesia americana” na sustentação do estado de Israel, vendo a relação entre os dois países como uma via de mão dupla.

Israel e o antissemitismo – Finalmente, Altman aborda a delicada questão do antissemitismo, sugerindo que a principal vertente atual é o ódio gerado pelos crimes do estado de Israel. “O estado de Israel alimenta o antissemitismo”, afirma, concluindo que as ações de Israel contribuem para a percepção dos judeus como “assassinos cruéis”, uma narrativa que ele vê como perigosa e injusta.

Compartilhe

%d blogueiros gostam disto: