Lula afirma no Catar que pretende transformar o Brasil em imenso canteiro de obras e diversificar a pauta de exportações

Lula afirma no Catar que pretende transformar o Brasil em imenso canteiro de obras e diversificar a pauta de exportações

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Em sua participação nesta quinta-feira (30) no Fórum Empresarial de Doha, no Catar, para buscar investimentos no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que deseja “transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo, ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias”.

Lula destacou a importância de vender produtos brasileiros, como os aviões da Embraer. “Há amplo espaço para a ampliação e diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer – como o C-390 que me trouxe a Doha”, afirmou.

Leia a íntegra do seu discurso:

“É uma grande satisfação retornar a Doha e participar deste Fórum Empresarial. Tive a honra de ser o primeiro presidente brasileiro a visitar o Catar, em 2010.

Trazer de volta o Brasil à região é o propósito da minha visita. O Brasil necessita estar mais presente no Golfo, região com a qual compartilhamos importantes interesses comerciais e laços culturais e históricos.

Esta missão antecipa as celebrações do cinquentenário das relações diplomáticas bilaterais. Compartilhamos a vocação pela paz. O Catar é um ator diplomático relevante graças à sua política externa de perfil ativo e independente. É um interlocutor-chave em vários temas de amplitude regional e global.

Neste momento em que a guerra volta a assolar o Oriente Médio, o Catar volta a desempenhar papel central em prol da paz no conflito Israel-Palestina.

Quero saudar a mediação do Catar para o acordo anunciado há poucos dias entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns (mulheres e crianças) em troca de uma trégua temporária e da libertação de prisioneiros palestinos (mulheres e crianças).

Hoje retorno com grande alegria para novamente abrir portas e construir pontes entre nossos países. Em meu primeiro mandato lançamos as bases para a aproximação comercial do Brasil com os países árabes.

Abrimos embaixadas na região e acolhemos novas representações em Brasília. Lançamos a Cúpula América do Sul – Países Árabes, cuja segunda edição foi realizada aqui em Doha, em 2009.

O comércio bilateral cresceu de maneira exponencial, passando de cerca de 38 milhões de dólares, em 2003, para os atuais 1,6 bilhão de dólares.

O Catar é, atualmente, uma de nossas principais portas de entrada para negócios com o Oriente Médio e conta com um vibrante empresariado com intenso interesse pelo Brasil.

Os empresários brasileiros acreditam no potencial do Catar e no futuro de seus negócios. Esse interesse encontra respaldo na forte complementariedade entre nossas economias.

O Catar desempenha um papel fundamental para a agricultura brasileira como fornecedor de ureia, que tanto contribui para a elevada produtividade nacional.

O Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, vem contribuindo de modo constante para a segurança alimentar catariana. Nossos produtos são reconhecidos pela alta qualidade, preços competitivos e garantia de fornecimento.

Estamos comprometidos com uma agricultura sustentável e alinhada às melhores práticas em matéria ambiental. Mantemos um manejo cuidadoso e criterioso dos produtos halal, com respeito pelos ritos islâmicos e pela cultura catariana.

Há amplo espaço para a ampliação e diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer – como o C-390 que me trouxe a Doha.

O Brasil também está implementando medidas de facilitação de comércio como um sistema eletrônico de validação e assinatura de documentos para operações de comércio bilateral.

Com esse sistema – que já está em vigor em nosso comércio com o Egito e a Jordânia – teremos o potencial de reduzir os prazos e os custos das transações comerciais entre o Brasil e este país.

Também queremos olhar juntos para o futuro e atrair uma nova onda de investimento para o Brasil. O aperfeiçoamento da nossa infraestrutura é um desafio urgente que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento, diz o 247.

Lançamos neste primeiro ano do meu governo o novo PAC, que contempla oportunidades de investimentos abertas e atrativas para estrangeiros.

Queremos transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo, ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira.

Foi graças a investimentos públicos massivos em pesquisa científica, que o Brasil se transformou em menos de cinquenta anos em uma potência agroambiental, que produz alimentos, gera riqueza e alavanca o desenvolvimento regional.

A transição energética é uma nova oportunidade de repetir essa história de sucesso nas áreas de energia de baixo carbono, reaproveitamento de resíduos, infraestruturas verdes e sociobiodiversidade. O Brasil será em breve um exportador de sustentabilidade.

Temos imenso potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde.

Parto hoje para a COP-28, onde lançarei um chamado à ação e à ambição no enfrentamento à crise climática. Estou certo de que o Catar também poderá ser um aliado importante nessa agenda.

Mais do que fortalecer os laços de amizade que nos unem, acredito que Catar e Brasil podem atuar juntos em prol da paz e por um mundo mais justo, próspero e sustentável”.

 

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