Expresso do Oriente (Médio): um retrato de como os EUA roubaram o futuro de uma região

Expresso do Oriente (Médio): um retrato de como os EUA roubaram o futuro de uma região

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Ao longo dos séculos, os problemas do Oriente Médio foram ampliados pela presença na região de diferentes impérios. Entretanto, nenhum império deixaria marcas mais profundas – e nocivas – do que o império americano.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro que as atuais fronteiras entre os países da região foram constituídas por intermédio de potências europeias como França e Reino Unido, sobretudo após o final da Primeira Guerra Mundial.

Logo de saída, portanto, as linhas que dividiam os diferentes Estados do Oriente Médio não levaram em conta aspectos como língua, etnia ou mesmo identidade locais, o que traria efeitos catastróficos durante as décadas seguintes. Eventualmente, as potências europeias deixaram sim a região, mas as marcas de sua intervenção e divisões permanecem até os dias de hoje.

Já na década de 1930, às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial, em uma região muito mais distante do Oriente Médio do que a Europa, tinha surgimento a futura superpotência global, os Estados Unidos da América, cuja produção industrial e economia haviam superado com folga os principais poderes europeus de seu tempo, incluindo Reino Unido e Alemanha.

A própria Alemanha Nazista, cuja derrota na guerra fora praticamente selada já na batalha de Stalingrado, sabia da importância estratégica do acesso ao petróleo para o poderio de uma nação. Os americanos logo tomaram nota dessa lição. Não por acaso, durante o pós-guerra, enquanto financiavam a reconstrução europeia, os Estados Unidos voltaram seu olhar para o Oriente Médio na esperança de firmar sua presença em uma região rica em recursos naturais, sobretudo petróleo e gás.

Na década de 1940 em diante, seguiu-se então o estabelecimento de uma extensa rede de alianças com países locais (com destaque para a aliança entre Estados Unidos e Arábia Saudita), fundamentada na transferência de armas, auxílio financeiro e na construção de bases militares estratégicas, para o monitoramento de atividades locais e, se necessário, para intervenções rápidas nos Estados da região.

Foi assim que os americanos roubaram o futuro do Oriente Médio, com a Casa Branca disposta a empregar todos os meios necessários para manter sua influência perante as lideranças regionais e seu controle sobre recursos naturais considerados essenciais para sua máquina de guerra e economia.

*Sputnik

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