Moro tenta retirar 1,2 mil páginas com provas do processo que pode cassá-lo

Moro tenta retirar 1,2 mil páginas com provas do processo que pode cassá-lo

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Sergio Moro está insatisfeito com o calhamaço de notas fiscais, contratos e relatórios de gastos que o Podemos, seu antigo partido, está entregando ao TRE do Paraná. Os advogados do senador apresentaram ao relator do processo que pode levá-lo à cassação, desembargador Dartagnan Serpa Sá, um pedido para que 1,2 mil páginas com provas reunidas pela sigla sejam desconsideradas do caso. Se a demanda for atendida, somente terão validade 168 páginas repassadas ao Judiciário.

O argumento da defesa de Moro é que o Podemos já estava em posse da totalidade dos registros em setembro, quando entregou uma primeira leva de documentos ao TRE — a pedido do próprio tribunal, que analisa se o teto de R$ 4,4 milhões foi ultrapassado na pré-campanha de Moro ao Senado, como afirmam o PL e o PT. Somente em outubro, em segunda e terceira levas, foi que o partido entregou outras 868 e 343 páginas, respectivamente. A divisão, diz a defesa de Moro, seria indevida, segundo Lauro Jardim, O Globo.

Como exemplo do que consideram correto, os advogados de Moro citaram o União Brasil, atual partido do parlamentar, que remeteu registros semelhantes ao TRE paranaense de uma vez só. No caso do Podemos, a justificativa para a divisão dos conteúdos incluiu menção a uma “falha técnica”, que a petição recente de Moro chama de “genérica”.

É em meio a essa papelada reunida pelas duas legendas que constam as comprovações de gastos de Moro que, na avaliação de PL e PT, teriam superado (e muito) os R$ 4,4 milhões fixados pelo TSE para a pré-campanha. Entre as despesas, estão pelo menos R$ 396 mil com compras de carros blindados; R$ 522,7 mil com aluguel de veículos desse tipo e contratações de seguranças e R$ 344 mil com táxi aéreo, entre outros investimentos em marketing político e mais itens da pré-campanha.

Moro nega que tenha furado o teto. O acúmulo de gastos dialoga com a transição dele entre o Podemos e o União Brasil e também com a alteração na rota política: primeiro, ele foi pré-candidato à Presidência da República, depois, a uma cadeira no Congresso.

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