Destituição de presidente da Câmara nos EUA evidencia crise no Partido Republicano

Destituição de presidente da Câmara nos EUA evidencia crise no Partido Republicano

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“O caos interno no Partido Republicano mostra fraqueza e incapacidade de governar”, afirma o colunista Pedro Paiva.

Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um presidente da Câmara foi retirado do cargo pelo voto dos próprios deputados. Mais que isso, foi retirado por iniciativa dos membros do próprio partido. Kevin McCarthy, republicano da Califórnia, não é mais o “Speaker of the House”.

Para além de ser um fato histórico, a remoção de McCarthy é também o mais novo indício do quão dividido está o Partido Republicano. No centro do racha está Donald Trump e seu projeto pessoal de poder, diz o 247.

Após as eleições de meio de mandato, em 2022, a oposição recuperou a maioria na Câmara, ainda que uma maioria apertada. Mesmo assim, a escolha do presidente foi lenta, passando por um recorde de 15 votações.

O motivo da demora na escolha de McCarthy era o fato de que, com uma maioria apertada, um pequeno grupo de extrema-direita passou a ter muito poder, exigindo compromissos do deputado para ser escolhido por eles para o posto.

De lá pra cá, McCarthy se tornou uma marionete nas mãos da extrema-direita. Até mesmo abrir um processo de impeachment contra Biden ele abriu, mesmo tendo dito anteriormente que era contrário ao mesmo. Para figuras ultra-conservadoras como Matt Gaetz, deputado Trumpista da Flórida, porém, não foi suficiente.

Gaetz, por diversas vezes nas últimas semanas, fez ameaças públicas a McCarthy. Em discursos afirmou que o presidente da Câmara teria descumprido acordos e que seria destituído caso não entrasse na linha.

Mais recentemente veio a gota d’água. Contrariando a ala de extrema-direita e o ex-presidente Donald Trump, McCarthy aprovou uma lei para evitar que o país ficasse sem dinheiro enquanto negociações sobre o orçamento de 2024 seguem acontecendo.

 

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