Lula quer um FMI que ajude a África, ao invés de praticar agiotagem

Lula quer um FMI que ajude a África, ao invés de praticar agiotagem

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Em território angolano, neste sábado (26), o presidente Lula criticou o endividamento de nações africanas perante o Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto estava em viagem para a África do Sul, o petista já tinha cobrado a transformação desse débito em projetos de construção de infraestrutura, visando impulsionar o desenvolvimento do continente.

Conforme as declarações do presidente, a intenção é fomentar o avanço econômico do continente africano, viabilizando a criação de oportunidades de trabalho e a equitativa partilha de recursos.

De acordo com Lula, a soma total das obrigações financeiras das nações africanas ultrapassa a marca dos 800 bilhões de dólares, e tal montante vem se tornando impossível de se pagar devido aos encargos de juros incorporados à dívida.

“Os países africanos estão com uma dívida de quase US$ 800 bilhões com o FMI. Por que o fundo não faz um acordo e transforma essa dívida em dinheiro para investir no desenvolvimento em vez de pagar para ele? Ou fazer as obras no continente africano, sobretudo, a questão energética? Voltamos à África para dizer aos empresários brasileiros e aos angolanos que vamos voltar a fazer financiamento para os países africanos. Vamos voltar a fazer investimento na Angola, que é um bom pagador das coisas que o Brasil investiu aqui”.

No decorrer de uma sessão de questionamentos por parte de jornalistas na manhã deste sábado, Lula expressou a necessidade de promover debates sobre o débito, a fim de encontrar uma resolução adequada.

“Se a gente não começar a discutir agora, não vamos encontrar uma solução nunca. O FMI e os países têm que levar em conta isso. A gente precisa resolver o problema de milhões de pessoas que passam fome no mundo. A gente precisa começar a resolver o problema da desigualdade. O que nós queremos é apenas que as pessoas compreendam”.

No começo da semana, o líder do Brasil já havia tecido críticas à intervenção do FMI em relação às nações menos favorecidas. Conforme as palavras do presidente, o FMI negligencia as adversidades enfrentadas pelas nações economicamente desenvolvidas e explora as nações em desenvolvimento para promover suas agendas políticas.

“Eu fico, às vezes, irritado porque, quando houve a crise em 2008 nos países ricos, o FMI não se manifestou. Até parecia que o FMI não exisitia. Agora, quando tem crise em qualquer país pequeno, seja na África, seja na América Latina, o FMI resolve dar palpite, falar e meter o bico, quando eles deveriam ajudar. O dinheiro que eles colocam lá é como se fosse um cabresto. O país fica preso àquilo, e não consegue sair”.

 

* O Cafezinho

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