Cúpula da Amazônia reúne líderes de oito países em Belém e discutir agenda climática global

Cúpula da Amazônia reúne líderes de oito países em Belém e discutir agenda climática global

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Os países amazônicos estão se unindo em preparação para a Cúpula da Amazônia que ocorrerá em Belém nos dias 8 e 9, visando estabelecer um equilíbrio entre a conservação da floresta e a exploração de recursos naturais, como minérios e combustíveis fósseis. Essa iniciativa é uma resposta à União Europeia, à qual os países amazônicos condenarão medidas comerciais protecionistas que possam criar barreiras comerciais e prejudicar produtores de nações em desenvolvimento.

A Declaração de Belém, um rascunho do documento que os líderes dos países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) receberão, destaca a importância da cooperação internacional. Os países amazônicos estão buscando criar um bloco de negociação coeso para ter mais influência nas Conferências das Partes (COPs) sobre o Clima da ONU.

Um dos principais objetivos da declaração é evitar o ponto de não-retorno da Amazônia, que implicaria limitar o desmatamento a cerca de 20% do bioma, a fim de evitar a desertificação irreversível e a perda das características da floresta tropical. O termo “desmate zero” é mencionado como uma meta a ser apoiada pela cooperação regional, mas também é deixada a possibilidade de apoiar metas nacionais menos ambiciosas.

Além disso, o documento reconhece os direitos dos defensores ambientais, direitos indígenas e questões de gênero, enfatizando a formação de redes de liderança feminina e o combate à misoginia. No entanto, o texto não faz menção à contenção do aquecimento global em até 1,5°C ou 2°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, está liderando a Cúpula da Amazônia e vê a reunião como uma oportunidade para afirmar seu papel no debate climático internacional. Lula busca promover a cooperação entre os países amazônicos e estabelecer uma posição forte nas negociações com as economias desenvolvidas. Ele deseja atrair investimentos para a região que contribuam tanto para a preservação ambiental quanto para o desenvolvimento econômico.

A Cúpula da Amazônia contará com a participação de oito presidentes e representantes dos países amazônicos, bem como de convidados de outros países, como Indonésia, França, Noruega e Alemanha. Esta cúpula é vista como um teste para a futura COP30 e tem a intenção de criar redes de colaboração científica, técnica e policial, além de estabelecer um painel científico da Amazônia.

Embora o documento não mencione prazos específicos para o alcance de seus objetivos, espera-se que ministros dos países envolvidos se reúnam novamente ainda este ano, antes da COP28 do Clima, que ocorrerá em Dubai. A Cúpula da Amazônia também sinaliza um esforço conjunto para combater o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região, além de buscar a criação de um fundo próprio para administrar recursos financeiros destinados à região amazônica.

 

 


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