Agora é muito tarde, Bolsonaro, e Inês é morta

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O erro que Lula não cometeu

Bolsonaro foi ao Congresso, e mais tarde à CNN, dizer em entrevista amigável que sua eventual condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral “será péssima para a democracia”. (Não seria o inverso?). Cobrou ao tribunal que o absolva como fez em 2017 com a chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder político.

No Congresso e na CNN, Bolsonaro afirmou que foi graças àquela decisão que Alexandre de Moraes pôde tornar-se ministro do Supremo, indicado por Temer. Mentiu, é claro. Seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também mentiu ao repetir o que o pai disse. Moraes já era ministro do Supremo.

Se Bolsonaro perder os direitos políticos por 7 x 0, irá para o lixo seu discurso de vítima do sistema. Se perder por 6 x 1, ainda será ruim. Daí a pressão sobre o ministro Nunes Marques, nomeado por ele. Não basta que Marques vote para absolvê-lo: terá de pedir vista do processo para suspender o julgamento por até 90 dias.

Lula ficou preso 580 dias, mas deixou a cela em Curitiba por decisão do Supremo, e seu principal algoz, Sérgio Moro, que atuou em dobradinha com a acusação, foi considerado um juiz parcial. Bolsonaro, não, preferiu calar-se. Só voltou a abrir a boca a poucas horas de começar a ser julgado. Agora, é tarde, Inês é morta.

esagradou aos aliados que recomendaram o silêncio para não piorar sua situação. Continuará a desagradá-los. Às pressas, encomendou uma manifestação popular para o recepcionar, hoje, no aeroporto de Porto Alegre. Não tinha nenhuma viagem marcada para visitar o Rio Grande do Sul. Ali, sente-se em casa.

Vá gostar no inferno de atirar seguidas vezes no próprio pé como se ele fosse blindado. Que infelicidade! Bolsonaro está destinado a passar à história como o único governante de extrema-direita do mundo que na segunda década do século XXI simplesmente não conseguiu se reeleger e ainda por cima foi punido.

Desgraça pouca é bobagem.

*Blog do Noblat

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