“Eles dizem que cachaça é água”, diz Papa Francisco sobre brasileiros

“Eles dizem que cachaça é água”, diz Papa Francisco sobre brasileiros

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Em entrevista, Santo Padre criticou o desmatamento no Brasil e definiu presidente Lula como homem religioso.

O papa Francisco sempre sorri quando fala sobre o Brasil. Em uma entrevista divulgada neste domingo (12), o santo padre cantarolou, com a letra errada, a marcha de carnaval “Você pensa que cachaça é água?” para explicar essa reação.

“No Brasil, o carnaval começa já no começo do ano até a Sexta-feira Santa. Sempre penso no brasileiro, naquela música ‘eles dizem que cachaça é água, eu acho que não’, é isso que o brasileiro tem de riqueza”, respondeu.

A entrevista do líder da Igreja Católica foi concedida ao site argentino Perfil para celebrar os dez anos como pontífice. Embora tenha falado com carinho sobre o Brasil, o papa criticou o desmatamento no país e afirmou que o processo de devastação das florestas é “escandaloso” e que estão “tirando nossas riquezas”.

“O Brasil é um continente, é uma explosão de riqueza, é a segurança do futuro com [o estado do] Mato Grosso”, exaltou. “E, por isso mesmo, é tão preso na exploração dos recursos naturais. O desmatamento é impressionante no Brasil, é escandaloso”, comentou papa Francisco.

O papa fez o comentário ao ser questionado sobre o que o Brasil representa para ele, especialmente sendo o país com o maior número de católicos. O pontífice não poupou elogios às riquezas naturais do país e ressaltou que o Brasil e o Congo são os pulmões da humanidade.

“Se eles tiram isso, tiramos nosso oxigênio, tiramos riqueza. O Brasil tem que se resolver pela dinâmica de oposição dentro de si, e não pela uniformidade ideológica, de um lado ou de outro.”

Na entrevista, o papa revelou também que a viagem que fez ao Brasil em 2013, a primeira após assumir o pontificado, foi um dos motivos pelos quais o papa Bento XVI apresentou sua renúncia.

“Foi (uma viagem) predefinida. Além disso, um dos motivos que levaram Bento a tomar a decisão foi que ele não se sentia mais forte o suficiente para fazer aquela viagem. Então ele disse: ‘Não, eu não vou fazer essa viagem’ e por um ano anterior ele trabalhou nisso, e no dia 11 de fevereiro apresentou sua demissão”, relatou.

Perguntado sobre como definiria a religiosidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o que ele representa para como político, o papa respondeu: “Falei duas vezes com o Lula aqui e ele é um homem religioso que nasceu daquela religiosidade que foi alimentada na família. Eu diria que é uma religiosidade popular elementar.”

*Com Forum

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