Raposa no galinheiro: Salles é atacado pela oposição na Comissão do Meio Ambiente

Raposa no galinheiro: Salles é atacado pela oposição na Comissão do Meio Ambiente

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Ex-ministro, que já defendeu ‘passar a boiada’ na flexibilização ambiental e é investigado sob suspeita de favorecer madeireiras, pode ser indicado pelo PL

De acordo com Veja, a possibilidade de o PL indicar o ex-ministro e deputado novato Ricardo Salles (PL-SP) para presidir a Comissão de Meio Ambiente da Câmara gerou revolta na oposição, que vê o nome quase como uma provocação. Salles deixou o Ministério do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL) em junho de 2021, quando estava na mira do STF (Supremo Tribunal Federal) por supostamente atuar em favor de madeireiros e atrapalhar uma investigação da Polícia Federal.

Salles chegou a ser alvo de um mandado de busca e apreensão em maio de 2021. Antes disso, já tinha ficado famoso por dizer que o governo Bolsonaro deveria aproveitar a comoção gerada pela Covid-19 para “passar a boiada” e flexibilizar as normas ambientais.

“É, no mínimo, um absurdo a indicação de Ricardo Salles para a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara por parte do PL. É a raposa tomando conta do galinheiro. Não podemos permitir o ex-ministro do ‘passar a boiada’ em uma Comissão tão importante”, publicou no Twitter o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ironizou, questionando se a eventual indicação será “para facilitar o tráfico de madeira ilegal, garimpo e genocídio” ou “para acelerar passagem pra boiada”. Outros que comentaram o assunto nas redes sociais foram Tabata Amaral (PSB-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP). “Só pode ser brincadeira de mau gosto! Chega de boiada, Ricardo Salles é caso de polícia!”, escreveu o psolista.

Mais cedo nesta terça, 7, em meio à gritaria, Salles negou ao jornal O Estado de S. Paulo que queira assumir a presidência da comissão, sob a justificativa de que é ainda novato e pretende, antes, aprender como as coisas funcionam. O PL elegeu a maior bancada da Câmara e, por isso, tem força para assumir o comando de importantes comissões da Casa.

As investigações sobre Salles passaram a correr na primeira instância da Justiça Federal depois que ele deixou o cargo de ministro e perdeu o foro privilegiado no Supremo. Pelas novas regras do STF, mesmo ele tendo assumido o mandato de parlamentar federal, seus inquéritos devem continuar no primeiro grau. A regra geral estabelece que só tramitam na Corte as investigações e os processos sobre crimes que tenham sido cometidos no atual mandato e que tenham relação com ele. Salles sempre negou ter cometido crimes.

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