Sigilo quebrado: Cartão corporativo de Bolsonaro tem gastos milionários com hotéis, sorvetes, padarias chiques e Havan

Sigilo quebrado: Cartão corporativo de Bolsonaro tem gastos milionários com hotéis, sorvetes, padarias chiques e Havan

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Bolsonaro gastou mais de R$ 27,6 milhões com cartão corporativo, o valor mais alto desde que Lula deu transparência aos gastos da Presidência em seu primeiro mandato, em 2003. Há indícios de superfaturamento.

Cumprindo a promessa de quebrar todos os sigilos de 100 anos decretados por Jair Bolsonaro (PL), o governo Lula divulgou um link onde constam os gastos com cartões corporativos de 2003 – quando o presidente abriu os gastos do governo em seu primeiro mandato – até o dia 19 de dezembro de 2022, incluindo as informações recorrentemente negadas pelo ex-presidente.

A planilha com os dados mostram uma verdadeira farra com o dinheiro público feita por Bolsonaro. Entre os gastos estão uma nota de R$ 33 mil na padaria de luxo Santa Marta no dia 22 de maio de 2021, na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro. O estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo da Presidência durante a gestão Bolsonaro.

Segundo levantamento feito pelo Estadão na planilha – que tem mais de 110 mil lançamentos desde 2003 – Bolsonaro gastou ao menos R$ 27,6 milhões no cartão corporativo nos quatro anos de governo, uma média de R$ 6,9 milhões por ano.

O maior gasto foi com o Ferrareto Hotel, onde Bolsonaro se hospedava no Guarujá, no litoral paulista, em um total de R$ 1,46 milhão. Há indícios de superfaturamento pois as diárias variam entre R$ 436 a R$ 940. Considerando um valor médio de R$ 500, Bolsonaro teria desembolsado um valor para pagar 2,9 mil diárias no hotel.

Sorvetes, Supermercado Gourmet e Havan

Os gastos ainda revelam que Bolsonaro foi muito além dos gastos com leite condensando quando o assunto é guloseima. O ex-presidente gastou R$ 8,6 mil em 62 compras feitas em sorveterias – R$ 540 em uma única vez.

Em um mercado gourmet de Brasília, Bolsonaro desembolsou cerca de R$ 678 mil em 1,2 mil compras realizadas nos quatro anos.

Também há duas compras na filial da Havan no Distrito Federal, em um total de R$ 460 gastos em artigos de caça e pesca.

Os gastos extraordinários também coincidem com as motociatas realizadas pelo país. Entre 9 e 10 de julho de 2021, quando realizou um passeio de moto em Porto Alegre, Bolsonaro gastou R$ 166 mil em 46 despesas, concentradas em hospedagem, alimentação e combustível.

O valor estimado de R$ 27,6 milhões faz de Bolsonaro o presidente que mais gastou com o cartão corporativo em quatro anos de governo.

Com dados corrigidos, Lula gastou R$ 22 milhões tanto no primeiro, quanto no segundo mandato. Dilma Rousseff (PT) usou R$ 24,5 milhões em seu primeiro mandato. No segundo mandato, quando Michel Temer deu o golpe, os gastos do governo com o cartão totalizaram R$ 18 milhões. Antes do primeiro governo Lula os dados eram sigilosos.

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