O segundo agente identificado nas imagens do cinegrafista também fez a escolta de Lula quando estava preso em Curitiba e foi ao velório de seu neto.
Em entrevista ao jornal da Cultura desta quinta-feira (28), o cinegrafista que trabalhava na Jovem Pan e registrou as imagens do tiroteio em Paraisópolis que interromperam as atividades do candidato ao governo de São Paulo revelou que, além do ex-agente da Agência Brasileira de inteligência (Abin) Fabrício Paiva, havia outro servidor da Agência no momento da confusão: o policial federal Danilo Cesar Campetti.
De acordo com o cinegrafista, Danilo Cesar Campetti também se apresentou como assessor de Tarcísio de Freitas. “O agente federal que até então se identificava como assessor do Tarcísio, é o policial federal Campetti”, revela ao jornal da Cultura o cinegrafista.
Horas após o ocorrido em Paraisópolis, Campetti publicou uma reportagem da Jovem Pan em suas redes.
O mesmo policial federal que estava com Bolsonaro no dia da facada, estava com Tarcísio em Paraisopolis. Esse caso está cada dia mais suspeito! pic.twitter.com/QUrpl69nb7
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) October 28, 2022
A revelação de que Campetti estava presente no momento do tiroteio em Paraisópolis traz mais interrogações para esse caso, pois, Campetti participou da segurança do então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, em 2018.
Além disso, Campetti estava em Juiz de Fora (MG) quando Bolsonaro levou uma facada de Adélio Bispo dos Santos. Após a eleição de Bolsonaro à presidência da República, Campetti foi contratado pela Abin.
O policial federal Danilo Cesar Campetti também fez parte da escolta do ex-presidente Lula quando estava preso em Curitiba e pôde sair para acompanhar o velório de seu neto, Arthur Lula da Silva, morto em 2019.
Em nota, a Agência declarou que há apenas um servidor licenciado para trabalhar em campanha, mas, como mostram as cenas feitas pelo cinegrafista, é possível ver Campetti na hora da confusão em Paraisópolis.
Tarcísio de Freitas se pronuncia sobre o caso Paraisópolis
O candidato Tarcísio de Freitas publicou nesta sexta-feira (28) um longo vídeo com um longo depoimento sobre o caso Paraisópolis. Na publicação, Freitas diz que é “vítima de fake News” e que deseja “estabelecer a verdade”.
Sem mencionar o nome de Felipe Silva, o jovem que foi morto em Paraisópolis, Freitas o chama de “criminoso”. “Um criminoso foi baleado e acabou morrendo”, diz Freitas.
Na publicação, o candidato do Republicanos confirma a presença de Fabricio Cardoso Paiva e afirma que ele não está na Abin desde 2019 e que eles são amigos de longa data. No entanto, o candidato não menciona a presença de Danilo Campetti em sua equipe.
A identidade do cinegrafista é exposta pela campanha de Tarcísio. Além de expor o cinegrafista, Freitas afirma que o encontrou no dia seguinte nos estúdios da Jovem Pan e que o profissional o agradeceu novamente e que lhe disse que toda a sua família iria votar nele.
Sobre o fato de Fabrício Paiva ter pedido para o cinegrafista apagar partes do vídeo, Tarcísio de Freitas repetiu a mesma tese que apresentou na noite desta quinta-feira (27) durante o debate da Globo. Quando questionado por Fernando Haddad (PT) sobre o ocorrido em Paraisópolis, Freitas afirmou que o objetivo de apagar partes das filmagens não era de ocultar provas, mas sim de “proteger identidades”.
Sobre Paraisópolis. Chega de mentira. Vamos reestabelecer a verdade. #ChegaDeFakeNews pic.twitter.com/lhe4ReE0bU
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) October 28, 2022