ONU cobra esclarecimentos do Brasil sobre violência policial

ONU cobra esclarecimentos do Brasil sobre violência policial

Compartilhe

Mecanismos da ONU pedem respostas ao governo brasileiro por 20 anos de assassinatos pela polícia.

Mecanismos da Organização das Nações Unidas (ONU) cobraram das autoridades brasileiras uma resposta para 20 anos de violência policial, principalmente contra a população afro-brasileira.

A carta encaminhada ao Brasil é de 20 de junho e foi obtida pela coluna de Jamil Chade, do portal Uol.

O documento “revela um profundo mal-estar em relação ao comportamento do governo diante de dezenas de casos de assassinatos que, segundo a ONU, jamais foram esclarecidos”, escreveu Chade.

Na carta, a ONU fala “sobre as supostas mortes de 69 indivíduos e o desaparecimento forçado de três indivíduos, alegadamente por membros da polícia, inclusive no curso de operações policiais e sob custódia, no período de 1999 a 2020”. Desses, 13 são menores.

Para os relatores, os casos apontam para um problema “sistêmico” no país e se queixam que o governo Bolsonaro não tem prestado informações suficientes, em relação a cobranças anteriores.

“Embora os casos relatados demonstrem a natureza sistêmica e sustentada do uso excessivo e letal da força pelas forças de segurança brasileiras, eles não representam todos aqueles afetados por tais padrões de supostos abusos dos direitos humanos”, disseram.

“Lamentamos que as respostas fornecidas (pelo governo) não tenham informações detalhadas sobre as medidas tomadas para garantir a imparcialidade de tais investigações; o resultado de tais investigações e as ações concretas tomadas para evitar a recorrência de tais violações de direitos humanos”, afirmaram.

Em junho, os mecanismos da ONU estabeleceram um prazo de 60 dias para que as informações fossem prestadas, procurado o governo que ainda não esclareceu se atendeu ao pedido.

A cobrança é assinada pela relatoria da ONU sobre execuções sumários, pelo Grupo de Trabalho de Especialistas sobre Pessoas de Descendência Africana, pelo Grupo de Trabalho da ONU sobre Desaparecimentos Forçados e pelo Grupo de Trabalho da ONU sobre a Discriminação contra Mulheres.

*Com GGN

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: