Advogados de Assange foram grampeados e conversas entregues à CIA, diz juiz

Advogados de Assange foram grampeados e conversas entregues à CIA, diz juiz

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Caso se confirme que as conversas foram entregues de maneira ilegal aos EUA, a extradição de Assange pode ser cancelada, pois, o direito à defesa foi violado, segundo a Forum.

As conversas entre Julian Assange e seus advogados gravadas de forma ilegal pela empresa de segurança espanhola UC Global na Embaixada do Equador em Londres, onde Assange se refugiou por anos, poderiam ter sido entregues a agentes dos serviços secretos dos EUA, segundo o juiz da Alta Corte da Espanha, Santiago Pedraz, durante Audiência Nacional encarregada do caso, informa o El Pais.

A entrega das conversas à Agência Central de Inteligência (CIA) ou às autoridades norte-americanas de detalhes sobre a estratégia de defesa do ciberativista, que os EUA querem extraditar do Reino Unido, é refletida em uma ordem judicial emitida por Pedraz à qual o jornal espanhol teve acesso.

Neste documento, que trata de questões processuais, o juiz explica às autoridades britânicas porque ele precisa tomar depoimentos dos advogados britânicos e dos médicos de Assange que foram espionados na embaixada. Entre as pessoas está Gareth Peirce, o famoso advogado britânico que foi interpretado pela atriz Emma Thompson no filme “Em Nome do Pai” (1993).

Caso se confirme que os serviços de inteligência dos EUA obtiveram de forma ilegal as conversas da defesa de Assange, a extradição do ciberativista pode ser anulada mediante o fato da utilização de métodos ilegais usados pelos EUA e o direito de defesa violado.

Segundo a reportagem do El Pais, a justiça britânica ficaria em uma situação embaraçosa, pois, pode-se argumentar que o processo foi falho porque o direito de defesa foi violado pelo país que solicitou a extradição.

Há dois anos, o juiz Pedral enviou uma Ordem europeia de investigação (EIO) à justiça britânica, quando pediu permissão para interrogar Assange em uma videoconferência de Londres como testemunha no caso contra a Undercover Global. No entanto, as autoridades britânicas têm relutado em cooperar e pediram informações adicionais sobre os documentos que foram enviados meses atrás sem receber uma resposta.

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