‘Pode passar o terno’: Suplente de ‘Mamãe Falei’ ouve incentivo de deputados da Alesp

‘Pode passar o terno’: Suplente de ‘Mamãe Falei’ ouve incentivo de deputados da Alesp

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Se a cassação do mandato de Arthur do Val (União) se consumar, em votação em plenário a ser realizada nas próximas semanas, a Assembleia Legislativa de São Paulo deve rever um velho conhecido. Suplente da coligação PSDB-DEM-PSD-PP-PRB, Aldo Demarchi pode sentar na cadeira de deputado estadual paulista pela sétima vez.

Ex-vereador e ex-prefeito de Rio Claro, no interior do estado, Demarchi passou muito perto de voltar à Assembleia no ano passado, quando Cauê Macris (PSDB) foi nomeado secretário no governo João Doria e deixou uma vaga na Casa. Patrícia Bezerra (PSDB), no entanto, havia recebido cerca de 100 votos a mais que Demarchi na eleição de 2018, e acabou ocupando o assento.

Agora, o ex-deputado do DEM (hoje fundido ao PSL como União Brasil) diz estar preparado para retomar o gabinete. Nos últimos dias, ele diz ter recebido telefonemas de amigos da bancada lhe garantindo o mandato.

— Tive manifestação dos colegas que vão votar. Oitenta por cento deles estão favoráveis à decisão da comissão de Ética. Eu tenho recebido telefonemas de amigos lá, me dizendo, sabe aquela brincadeira? “Pode passar o terno que dentro de dez dias você estará lá” — afirma Demarchi.

O ex-deputado diz que, caso assuma o mandato no lugar de Do Val, vai voltar sua atenção para a região de Rio Claro e Piracicaba. Ele afirma que a cidade foi prejudicada com sua derrota na eleição de 2018, por ter ficado sem representante no Legislativo paulista.

Demarchi não quis comentar o caso de Do Val, que enfrentou um processo no Conselho de Ética após ter áudios vazados em que faz declarações sexistas sobre mulheres refugiadas da guerra na Ucrânia. Mas mencionou que se sentiu incomodado com a história e que pessoas com vida pública precisam tomar cuidado com suas declarações.

Ele tem 78 anos e é administrador de empresas. Foi também vereador e vice-prefeito de Rio Claro. Suas pautas são ligadas à agricultura orgânica, a agropecuária e a redução da carga tributária para pequenas e médias empresas. É defensor das escolas técnicas e da ampliação das faculdades de tecnologia.

Aprovado o pedido de cassação do mandato de Do Val na comissão de Ética, o caso vai agora para a Mesa Diretora da Assembleia. O órgão, presidido por Carlão Pignatari (PSDB), deve apresentar um projeto de resolução e encaminhá-lo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para análise dos aspectos legais e jurídicos do projeto.

Depois disso, seguirá para o plenário. A aprovação deve ter maioria simples, de 48 dos 94 deputados, e votação nominal. Se cassado, Do Val deve perder os direitos políticos e só poderá voltar a disputar uma eleição em 1932.

* Folha de Pernambuco

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