Como bem classificou Henrique Mandetta na CPI da Covid, “Paulo Guedes é desonesto intelectualmente”, mas, vai bem mais longe que isso. Paulo Guedes é cínico e covarde com os mais pobres.
O ministro da economia bolsonaristas teve o descaramento de propor ao congresso, que se faça um mutirão de privatizações para erradicar a pobreza no Brasil, em 5 anos.
Guedes foi mais longe, disse que os recursos da privatização poderiam alimentar o um fundo destinado à pobreza, que foi criado pelo PT, que não soube “operacionalizar” o fundo.
“Podemos fazer até um plano de erradicação da miséria em 4 ou 5 anos, vendendo, por exemplo, empresas estatais e transferindo recursos para um fundo de erradicação da miséria, que está até aí, que o PT chegou a criar, mas não conseguiu operacionalizar“, afirmou.
Segundo ele, os recursos obtidos com a desestatização poderiam financiar a renda dos brasileiros mais pobres. “E durante 3 ou 4 anos nós fazemos transferências de propriedades. Eu vou transferir propriedades. Em vez de transferir só renda, que é o Bolsa Família, eu vou transferir propriedades. Eu vou dar ativos. Isso terá que ser um esforço conjunto. É o Congresso inteiro, uma PEC”, disse.
A proposta de Paulo Guedes, na realidade, exprime o fim do governo Bolsonaro e uma correria desenfreada para vender tudo, o mais rápido possível. Com o goverbo em fim de feira, o ministro tenta convencer o mercado financeiro que seria capaz da privatização total do país, em troca da manutenção de Bolsonaro no poder. Para isso, usa um argumento covarde e desonesto, que chega a ser cretino, o de erradicar a pobreza em curtíssimo espaço de tempo.
Paulo Guedes continuou sua saga de devaneios em justificativas alucinadas, ao afirmar que o Bolsa Família poderia chegar em R$ 600,00, já que a privatização (que ele chama de desestatização) geraria fonte sustentável de renda. Mas, só um idiota compraria a ideia de que após vendidos os ativos, eles ainda geraria recurso.
Os deputados ainda questionaram o valor do gás de cozinha e outras medidas ultra-neoliberais do governo.
Fica a questão importante. Como um governo que não consegue garantir gás de cozinha ao povo, vai conseguir levar a cabo um plano de transferência de fundos baseados na privatização?