Se alguém que saber se foram convincentes as críticas sobre o bloqueio das estradas, abolindo o direito de ir e vir da população, feitas hoje por Jair Bolsonaro, basta verificar se os bolsonaristas que interditam as vias estão deixando os locais de bloqueio.
Só estão saindo de onde as polícias estaduais os estão dispersando à força.
Tudo o que Jair Bolsonaro disse em dois minutos, depois de dois dias de silêncio, foi assim, insincero e que sinalizou tudo, menos conformismo com o resultado de uma eleição, para ele, “injusta”, tanto que dá razão aos que foram protestar contra seus resultados:
“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.”
O resto foi proclamar “ser o líder” da direita, que “surgiu de verdade em nosso país” o que, de fato, é provável, a depender de como Bolsonaro se haverá fora do poder.
A ver como se portará sua base política sem os benefícios da “caneta Bic” e do orçamento secreto. E ele próprio, diante da enxurrada de ações judiciais.
Diante da recusa dos ministros de irem ao Alvorada, parece que foi ao Supremo para pressionar o STF a tratá-lo com simpatia. Tratarão com respeito, mas esperar-lhes simpatia, a esta altura, é querer demais.
Todos estão mais carecas que Alexandre de Moraes de saber que Bolsonaro monta armadilhas todo o tempo.
Há ainda que esperar para vermos o que acontecerá com o país nos dois longos meses que ainda nos separam do “já ir embora”, porque ninguém pode acreditar que lhe sobrem equilíbrio, poder e dignidade para conduzir o Brasil sem solavancos.
*Fernando Britto/Tijolaço