Alguns ministros do governo fizeram piadas nas redes com a pesquisa; outros, sem revelar identidade, se mostraram bem preocupados.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), seus assessores e correligionários costumam fazer piadas com as pesquisas de intenção de votos. Durante a divulgação do último Datafolha, que mostra uma provável vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno, não tem sido diferente.
O ministro da Comunicações, Fábio Faria, por exemplo, fez uma enquete em sua conta do Twitter em que pergunta “em qual dos quatro vocês acreditam?” e apresenta as possibilidades, entre elas Papai Noel, Duendes e o Datafolha.
Nos bastidores, no entanto, o revés da pesquisa não passou batido, pelo menos para dois ex-ministros do governo ouvidos pelo Painel, da Folha, que não tiveram seus nomes revelados.
Longe das piadas
Longe de fazer piadas, eles afirmam que é urgente centrar fogo na economia, explicando as causas da inflação alta, em uma estratégia maciça de comunicação.
O problema do governo é não ter números positivos para mostrar, muito ao contrário. O que sobram, de acordo com os auxiliares ouvidos, é responsabilizar a pandemia, o “fique em casa” e a guerra na Ucrânia. Sobretudo, é preciso projetar um horizonte mais otimista para o segundo semestre.
A despeito disso, aliados de Bolsonaro não conseguem entender como ele tem índices piores entre quem recebe o Auxílio Brasil. Consola para eles o fato de que a aprovação neste grupo não piorou desde o último levantamento.
No final das contas, os ex-ministros dizem que a pesquisa mostra que a população está cansada da radicalização do discurso e quer soluções práticas. Eles, no entanto, se dizem pessimistas de que Bolsonaro baixará o tom.
*Com Forum