Na ONU, Sílvio Almeida condena ‘punição coletiva’ de Israel contra palestinos

Na ONU, Sílvio Almeida condena ‘punição coletiva’ de Israel contra palestinos

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Ministro dos Direitos Humanos reafirmou postura do governo Lula sobre a necessidade de um Estado palestino ‘livre e soberano’.

O ministro dos Direitos Humanos do Brasil, Sílvio Almeida, realizou nesta segunda-feira (26/02) um discurso na abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, uma das mais importantes instâncias da Organização das Nações Unidas (ONU).

O pronunciamento, ocorrido na cidade suíça de Genebra (onde fica a sede do Conselho) marcou o retorno do país ao órgão em que esteve afastado durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). O Brasil foi eleito em outubro do ano passado para ser um dos 47 membros durante o período de fevereiro de 2024 a fevereiro de 2026.

“Quero agradecer a cada um dos 144 votos recebidos pelo Brasil, sinal inequívoco da confiança depositada em nosso país”, afirmou Almeida.

Contudo, o tema principal abordado pelo ministro em seu discurso foi a ofensiva militar promovida por Israel contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

“Diante desta tribuna, não posso deixar de registrar a nossa profunda indignação com o que acontece neste momento em Gaza. Já, em mais de uma oportunidade, condenamos os ataques perpetrados pelo Hamas e demandamos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Mas também reiteramos o repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel”, afirmou Almeida, em suas primeiras palavras sobre o tema.

Em seguida, o ministro qualificou a ação militar israelense em Gaza como “uma espécie de punição coletiva que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos, a maioria deles mulheres e crianças; que forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza e deixou milhares de civis sem acesso à energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica”.

Almeida reiterou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende “a criação de um Estado palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é condição imprescindível para a paz”, e acrescentou que “é dever deste Conselho prestigiar a autodeterminação os povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de apartheid”.

Em outro momento, o titular da pasta dos Direitos Humanos no Brasil afirmou “celebrar a iniciativa da África do Sul perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), para proteger a população palestina ao amparo da Convenção para a Repressão e Punição do Crime de Genocídio”.

“Instamos o Estado de Israel a cumprir integralmente as medidas emergenciais determinadas pelo tribunal no sentido de que cessem as graves violações ao direito humanitário e impedir o cometimento das condutas tipificadas no artigo da Convenção, que incluem: matar ou submeter intencionalmente um grupo à condição de existência capaz de ocasionar-lhes a destruição física total ou parcial. Ou seja, genocídio”, ressaltou.

O ministro terminou sua fala sobre o tema enfatizando que “o Brasil, conforme nossa manifestação oficial em relação à opinião consultiva solicitada pela Assembleia Geral à Corte (CIJ) espera, ainda, que o tribunal reafirme que a ocupação israelense nos territórios palestinos é ilegal e viola normas internacionais”.

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