Familiares de reféns do Hamas invadem Parlamento israelense: ‘ação urgente’

Familiares de reféns do Hamas invadem Parlamento israelense: ‘ação urgente’

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Ação faz parte do protesto que ocorre desde domingo (21/01) à noite perto da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém.

Familiares de reféns do grupo palestino Hamas, ainda detidos na Faixa de Gaza, invadiram na manhã desta segunda-feira (22/01) uma sessão do comitê de finanças do Knesset, o Parlamento israelense, para pedir uma ação urgente para a libertação de seus parentes sequestrados há mais de três meses.

A invasão faz parte do protesto que ocorre desde domingo (21/01) à noite perto da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém. O grupo critica o líder israelense pela falta de ação para trazer os reféns para casa “antes que seja tarde demais”.

As autoridades israelenses retiraram os manifestantes da comissão e suspenderam os trabalhos no Parlamento.

Uma mulher exibia fotografias de três familiares que estavam entre as 253 pessoas detidas no ataque do Hamas, em 07 de outubro. Cerca de 130 permanecem em cativeiro após outros terem sido trazidos para casa numa trégua em novembro de 2023.

Segundo a agência de notícias Reuters, outros manifestantes ergueram cartazes que diziam: “você não vai ficar sentado aqui enquanto eles morrem lá”.

Houve troca de reféns durante a trégua entre Israel e o Hamas, mas, ao mesmo tempo, o governo Netayahu prendeu mais palestinos do que libertou. Comunicados de imprensa do grupo islâmico afirmam que pretendem manter os reféns até chegar ao ponto em que Israel liberte todos os prisioneiros palestinos.

O edifício central do Crescente Vermelho em Khan Yunis também foi sitiado, e os militares israelenses paralisaram efetivamente todas as suas atividades. Tanques cercaram o prédio e atiradores de elite estão posicionados nos telhados das construções próximas.

Dados divulgados mais cedo pelo Ministério da Saúde de Gaza revelaram que ao menos 25.295 pessoas morreram na região desde o início do conflito.

A guerra de Israel não se trata de resgatar reféns

Desde o início da escalada do conflito, demorou até 15 de outubro, mais de uma semana após a tomada dos reféns, para que Netanyahu se reunisse com representantes das suas famílias. Na reunião, um participante argumentou a favor da abordagem do premiê, dizendo: “eu amo os meus parentes não menos do que o resto de vocês ama os seus próprios familiares. Mas no final, temos que olhar para o povo de Israel e para o futuro da nossa existência aqui”. Desde então, muitos dos familiares presentes e a mídia israelense acusaram o participante de ter sido plantado para reforçar o apoio à política de guerra de Israel.

Numa entrevista ao Eletronic Intifada, Yasmin Porat — uma habitante israelense do Kibutz Be’eri, um dos locais atacados pelo Hamas em 07 de outubro — testemunhou que ela e outros reféns foram detidos pelo grupo palestino por dois dias, até a chegada das Forças de Defesa de Israel em 09 de outubro. Ela disse que os soldados israelenses mataram militantes do Hamas e também reféns, e um tanque de Israel explodiu edifícios onde detidos estavam mantidos. Durante os combates, segundo outro morador do kibutz, “pelo menos 112 pessoas Be’eri foram mortas”.

Em Israel, o governo está intensificando a repressão interna, proibindo, por exemplo, o trabalho da emissora catari a Al Jazeera e prendendo qualquer pessoa que divulgue informações que possam “prejudicar o moral nacional”.

Contudo, o destino dos reféns israelenses não constituiu cautela à condução da guerra por parte de Israel. Segundo os que foram libertados, os militares das Forças de Defesa do Estado sionista (IDF) não impediram os bombardeios nas áreas onde estavam detidos. O Hamas já afirmou que alguns sequestrados foram mortos pelos ataques aéreos de Tel Aviv.

O protesto desta segunda-feira ocorre no dia em que as tropas israelenses avançam gradualmente para o oeste, em Khan Yunis, no sul da faixa de Gaza, em direção a Rafah.

De acordo com a rádio militar israelense, o Exército de Israel cercou o hospital Nasser e está completando o isolamento do centro da cidade. Os militares também chegaram à Universidade de al-Aqsa e estão a um quilômetro da zona humanitária de Moassi, perto do mar, onde se encontram milhares de deslocados.

*Opera Mundi

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