Prelúdio do golpe 8/1 – Até aqui deu errado, mas ainda não acabou

Prelúdio do golpe 8/1 – Até aqui deu errado, mas ainda não acabou

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Vigiai e resisti (em 5/11/2022/)

Um dia, espera-se que não demore muito, se contará a história de como foi abortado o golpe tramado por Bolsonaro e sua turma caso fossem derrotados por Lula, como foram no último domingo.

Contará os que dispuserem de boas fontes de informação nos meios empresarial, jurídico, militar e político. E a depender do que venha a acontecer daqui para frente.

O primeiro ato do golpe fracassou. Mas não significa que viveremos em paz sem o risco de um segundo ou mais atos de tempos em tempos. A extrema-direita seguirá viva e atuante.

E a massa de ignorantes, capaz de clamar ao mesmo tempo por democracia e ditadura, continuará sensível a obedecer ao apito de cachorro disparado por telefone e via redes sociais.

No último 7 de setembro, 32 mil pessoas participarem de um ato na Avenida Paulista preparado há meses. Há Três dias, 30 mil bateram a porta do Comando Militar do Sudeste pedindo golpe.

Golpe, não. Os organizadores, devidamente orientados, em São Paulo e no resto do país pediram “intervenção federal”. Como seria? Não fazem a menor ideia. Atendiam a ordens superiores.

Em 2018, Bolsonaro beneficiou-se de uma greve de caminhoneiros às vésperas das eleições. Imaginou que poderia repetir a mesma manobra. Os bloqueios de estradas foram financiados por patrões.

A Polícia Rodoviária Federal, sob a direção de um bolsonarista posto ali pelo senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um do presidente, ajudou bastante fazendo de conta que combatia os rebelados.

Antes, no domingo, dia do segundo turno, ajudou Bolsonaro atrapalhando no Nordeste o transporte coletivo de eleitores de Lula. O Tribunal Superior Eleitoral só se deu conta disso à tarde

A Fase seguinte do golpe por ora frustrado foi o cerco a quartéis no interior do país e em grandes cidades, no embalo do feriadão que se estenderia ao Dia de Finados. Foram tratados a pão de ló.

Os bloqueios já foram levantados, segundo a Polícia Federal. O cerco a unidades militares perdeu força, mas não acabou de todo. Fala-se agora, na possibilidade de uma greve, ou locaute.

Não será greve de trabalhadores, pois esses precisam trabalhar e boa parte deles votou em Lula. Mas de empregados cujos patrões golpistas não se conformam com a derrota de Bolsonaro.

A palavra de ordem da direita extremista, mas não só dela, é dificultar por todos os meios a instalação de um novo governo no país; se for impossível, tumultuar a vida dele até o fim.

Improvável que consiga, mas tentará. O meio político e partidário parece apartado dela. Trata-se, porém, de um meio que só se desqualifica desde a redemocratização do país em 1985.

*Blog do Noblat

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