Na abertura do Foro de São Paulo, Lula afirma que é preciso rever o discurso da esquerda para conter a extrema direita

Na abertura do Foro de São Paulo, Lula afirma que é preciso rever o discurso da esquerda para conter a extrema direita

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Evento reúne partidos e movimentos de esquerda, até o próximo domingo, em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta quinta-feira, durante abertura do Foro de São Paulo, em Brasília, que é preciso “rediscutir o discurso da esquerda” em todo mundo. Segundo Lula, a extrema direita tem conseguido ampliar espaço mundial, aproveitando-se de símbolos como a família e o patriotismo e propagando fake news, segundo Eliane Oliveira, O Globo.

– É preciso que a gente rediscuta o discurso da esquerda. Muitas vezes, a direita tem mais facilidade do que nós com um discurso fascista. Na Europa, a esquerda perdeu o discurso para a questão da migração – afirmou o presidente.

Lula disse que a esquerda da América Latina precisa voltar a conversar entre si para disputar os espaços democráticos na região. Enquanto isso, alertou o presidente, a “extrema-direita fascista” cresce no mundo todo.

— Não somos vistos pela extrema-direita fascista como organização democrática. Nos tratam como terroristas. Nos chamam de comunistas, achando que ficaríamos ofendidos por isso. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazistas e terroristas.

Junto com o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, Lula foi um dos fundadores do Foro de São Paulo. Ele lembrou que o espaço foi criado para que a esquerda latino-americana pudesse se conhecer e articular vitórias para representantes de trabalhadores. Lula contou que o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quando ainda era só um militar, tentou dar um golpe de Estado em seu país, no início da década de 1990. Por isso, foi impedido de participar de uma reunião do Foro de São Paulo, em El Salvador. Só foi aceito após ser eleito democraticamente.

Para o presidente, a América Latina, sobretudo a América do Sul, viveu o seu melhor momento de 2002 a 2010, com a vitória da esquerda em países como Brasil, Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia. A região, ressaltou Lula, foi palco de expansão das conquistas sociais.

— Normalmente, quando as pessoas chegam à Presidência, elas não ousam participar do Foro de São Paulo e não gostam de ouvir críticas. As mesmas pessoas que aplaudem a gente durante a campanha, muitas vezes são as mesmas pessoas que vaiam a gente, porque não fizemos aquilo que prometemos na campanha eleitoral — afirmou.

Segundo Lula, a democracia é um bem que deve ser preservado. Ele comparou o exercício democrático a um casamento.

— É preciso que a gente aprenda a exercitar a democracia o máximo possível. A democracia é importante, na medida em que se estabelece alternância de poder. É como um casamento, em que marido e mulher fazem concessão um para ou outro.

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