Bolsonaro arrasta com ele para a lama seus mais fiéis servidores

Bolsonaro arrasta com ele para a lama seus mais fiéis servidores

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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, é quem está em pior situação.

Não existe uma régua para medir o grau de fidelidade de servidores públicos a um presidente da República. Em tese, todos lhe são fiéis, e os que não são acabam afastados. Mas, sem dúvida, alguns se destacam por serem mais devotados do que os outros.

Se o presidente se dá bem, eles escalam a pirâmide social. Se o presidente se dá mal, pode arrastá-los para a lama em que se meteu. É o que se vê agora. Tocou o alarme de salve-se quem puder entre os que fizeram todos os gostos de Bolsonaro.

O tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, que seria recompensado com o comando de uma unidade estratégica do Exército, não só teve sua nomeação cancelada como será obrigado a se explicar em inquérito aberto pela Polícia Federal.

Foi ele, a mando de Bolsonaro, que às vésperas da fuga do ex-presidente para o exílio nos Estados Unidos, despachou o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva à caça do estojo de joias de Michelle, apreendido pela Receita Federal de São Paulo.

Por dois dias, 28 e 29 de dezembro, Moreira da Silva fez tudo ao seu alcance para cumprir a missão, sempre esbarrando na falta de documentos que atestassem o que dizia. Ou seja: que as joias, de fato, seriam incorporadas ao patrimônio do Estado brasileiro.

No dia 30, uma sexta-feira, baixou o silêncio. Moreira da Silva não procurou mais os agentes da Receita. Cessaram os telefonemas de autoridades de Brasília, pressionando-os a entregar as joias. Na tarde daquele dia, Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos.

Por que, desde a apreensão das joias em outubro de 2021, o governo não cumpriu as formalidades para liberar as joias que ficariam com o Estado, e não com Michelle ou seu marido? A Polícia Federal quer saber. O que dirá Mauro Cid a respeito?

*Noblat/Metrópoles

 

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