Divergências entre presidentes da Câmara e do Senado paralisam votação de medidas provisórias

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O impasse no Congresso preocupa o governo. A queda de braço é por causa das regras de votação.

Uma disputa entre os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado está paralisando a votação de medidas provisórias que o governo considera fundamentais.

As medidas provisórias entram em vigor assim que são editadas, mas precisam ser votadas na Câmara e no Senado em até 120 dias ou caducam, perdem o efeito.

26 MPs estão na fila de espera. Entre elas, a que criou o novo Bolsa Família, com o pagamento mínimo de R$ 600 por família; a que dá ao governo o voto de minerva nos julgamentos do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; e a que determina a extinção da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde.

O impasse no Congresso preocupa o governo. Cedo, nesta quinta-feira (23), o ministro da articulação política, Alexandre Padilha, pediu uma solução definitiva.

“O que eu quero dizer é que o governo não vai meter a colher em um tema que é das duas Casas. Ao governo interessa o quê? E acredita no quê? Que tanto Câmara quanto Senado serão responsáveis para garantir que as medidas provisórias que estão lá, que são tão importantes para o povo brasileiro, sejam votadas o mais rápido possível”, disse Padilha.

A queda de braço é por causa das regras de votação. Pela Constituição, a discussão começa em uma comissão mista com senadores e deputados, e depois segue para os plenários. Mas durante a pandemia, para facilitar a tramitação, as MPs iam direto para o plenário – primeiro da Câmara e depois do Senado.

Com a pandemia sob controle, senadores começaram a pedir a volta da comissão mista. Reclamam que o atual sistema favorece a Câmara, por onde começam as discussões e que, muitas vezes, a medida provisória chega ao Senado a poucos dias de perder a validade e eles não tem tempo de discuti-la.

Há semanas, os presidentes do Senado e da Câmara discutem a tramitação. Em entrevistas quase ao mesmo tempo, ficou evidente que não há acordo.

*Com G1

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