Empresário bolsonarista é denunciado sob suspeita de chefiar garimpo em área yanomami

Empresário bolsonarista é denunciado sob suspeita de chefiar garimpo em área yanomami

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Procuradoria cobra indenização de R$ 36 milhões aos indígenas; defesa diz ver perseguição institucional.

De acordo com a Folha, o  MPF (Ministério Público Federal) em Roraima denunciou à Justiça Federal o empresário bolsonarista Rodrigo Martins de Mello sob suspeita de liderar uma organização criminosa que explora o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

Conhecido como Rodrigo Cataratas, o empresário lidera um movimento pró-garimpo no estado e foi candidato a deputado federal pelo PL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. Ele foi derrotado.

Na denúncia, o MPF afirma que os acusados devem pagar uma indenização mínima de R$ 36,8 milhões, e o dinheiro deve ser revertido em favor do povo yanomami, como forma de reparação de dano. Em nota, a defesa dos acusados afirmou que eles ainda não foram citados sobre a denúncia.

Integram o grupo criminoso, segundo a acusação da Procuradoria, uma irmã e um filho de Mello. Outras duas pessoas foram denunciadas, mais uma empresa do grupo.

A peça da acusação tem cem páginas e foi protocolada em 8 de novembro, num processo que é mantido sob sigilo na Justiça.

As investigações mapearam a existência de 23 aeronaves a serviço da suposta organização criminosa. O grupo, segundo o MPF, atuava com “poderosa engrenagem logística e econômica” em garimpos na terra yanomami, tanto diretamente na exploração de minérios quanto no fornecimento de infraestrutura a outros grupos.

Mello chegou a colocar uma dessas aeronaves num ato realizado no 7 de Setembro no centro de Boa Vista, em um ato a favor de Bolsonaro.

A aeronave foi estilizada com cores e elementos da bandeira do Brasil e foi colocada num ponto central da manifestação. Bolsonaristas fizeram fotos e selfies com o helicóptero ao fundo.

A terra yanomami tem 20 mil garimpeiros invasores, segundo estimativas de associações de indígenas. Os garimpos explodiram em terras indígenas no governo Bolsonaro. O presidente é favorável à atividade e a estimulou ao longo dos quatro anos de seu mandato. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu a retirada de invasores dos territórios tradicionais.

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