Em desespero, Bolsonaro tenta inutilmente segurar o gado pelo rabo

Em desespero, Bolsonaro tenta inutilmente segurar o gado pelo rabo

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Todos sabem que, em última análise, o bolsonarismo é um aecismo piorado. O que significa que Bolsonaro vai virar um Aécio 2.0. Ou seja, um pano de chão ainda mais puído, sobretudo depois que a justiça levantar o tapete do seu clã e expor toda a sujeira guardada a sete chaves por Bolsonaro com o controle das instituições.

Estamos falando de um mesmo eleitorado que, trocando em miúdos, é um reacionário fundamentalista e está longe de ter nascido no período em que o PSDB foi governo.

Isso foi gestado na ditadura e nasceu como um bicho de sete cabeças na eleição de Collor.

Temos que lembrar que a educação, no período da ditadura, era desastrosa no ensino fundamental. Ou seja, o professor, de maneira geral, comportava-se dentro da escola como um militar em serviço avançado, sem que fizesse necessariamente parte de uma pedagogia militarista, do ponto de vista estrito. Mas em tese esse professor trazia consigo um autoritarismo latente herdado da nossa civilização escravocrata e patriarcal.

Dito isso, pode-se afirmar que Bolsonaro repetirá tanto a trajetória de Collor quanto a de Aécio. Digo isso sem grande risco de limitar a discussão sobre o crescimento do fascismo no Brasil, porque, na verdade, o eleitorado fascista de Bolsonaro significa, no máximo, 20% em valores absolutos. O restante se comporta dentro de uma lógica de democracia de mercado, mas indiscutivelmente o que lhe deu maior robustez eleitoral foi uma gigantesca e jamais vista no Brasil, indústria de compra de votos.

O que está aí de frente para os quartéis, pedindo golpe militar, é um caldo de estupidez intelectual incorporado no universo dos fascistas, racistas, nazistas, milicianos, homofóbicos e coisa que o valha.

O que se vê na rede chorando pitangas, são ex-mercenários da Jovem Pan, ricamente pagos com verba da Secom, ou seja, com dinheiro público. Essa gente tem calibre moral de um Augusto Nunes, de uma Ana Paula do Vôlei e de um Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino. Mas tem também diabos menores desses programecos como o Flow, aonde a indigência cultural também colabora para esse caldo de valores fascistas ou nazistas em que viveram de recursos primitivos, do ponto de vista intelectual, para atender a uma demanda de estupidez coletiva em que alguns se autointitulam conservadores, cristãos e outras baboseiras mais.

Esse sujeito mediano, que é uma espécie de zumbi social, não tem a mais remota ideia de onde veio, aonde está e muito menos pra onde vai, e só consegue viver em bando dentro de uma bolha restrita, aonde são formulados factoides “anticomunistas” idiotas para dar palco a imbecis.

O fato é que a participação de Bolsonaro nesse sistema em que habitualmente intelectuais são proibidos ou chamados de comunistas, produziu para ele o que tinha que produzir.

Aquele discurso político de Bolsonaro ficou instantaneamente ultrapassado com sua derrota no último domingo. O que sobrou foi uma emoção passada, como um pão dormido, na tentativa de promover um falso discurso para manter uma feição de hegemonia do gado, mas que, com o passar dos dias, veremos uma ampliação da dispersão em busca de um outro “mito” que possa servir de central dos discursos reacionários, fundamentais para a sobrevivência dessas figuraças na participação do debate político do país.

Daí que, sem base de apoio e diante de uma interminável fila de processos judiciais, que serão amplamente divulgados na mídia e nas redes, a eficácia desse projeto do segura o gado pelo rabo, será nula, porque isso não passa de desespero de quem se encontra a poucos passos de um presídio.

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