“Agricultura familiar tem capacidade de alimentar nosso país”, diz Lula em assentamento do MST

“Agricultura familiar tem capacidade de alimentar nosso país”, diz Lula em assentamento do MST

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Evento com ex-presidente reuniu 10 mil pessoas no assentamento Eli Vive, do MST, no Paraná.

Reforma agrária e agroecologia foram temas bastante abordados durante a visita de Lula, neste sábado (19), ao assentamento Eli Vive, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Londrina (PR), maior área de reforma agrária em uma região metropolitana do Brasil. O encontro faz parte da atividade “Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares” e reuniu cerca de 10 mil pessoas.

Em sua fala, o pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pontuou que uma de suas prioridades é combater a fome no país, incentivar a agricultura familiar e recuperar a soberania nacional.

“A fome é uma das coisas mais bárbaras que a sociedade deixou acontecer com ela. Esse mundo não precisa ser desigual como ele é. A agricultura familiar tem a capacidade de alimentar o nosso país. Nós precisamos recuperar a soberania brasileira. Um país soberano cuida da educação, das florestas, das águas, dos alimentos e do povo”.

Lula também avaliou a composição atual do Congresso Nacional e falou sobre a importância de eleger candidatos para a Câmara, Senado e governos estaduais que estejam comprometidos com a luta popular.

“O Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado e tão antipovo como está agora. Ele nunca esteve tão submisso aos interesses antinacionais como está agora. Esse talvez seja o Congresso mais contra o Brasil. É importante lembrar que não basta eleger o Lula presidente, se a gente não mudar a qualidade dos deputados e senadores eleitos”, afirmou.

Também estiveram presentes no encontro a presidenta do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, o ex-senador Roberto Requião, os dirigentes nacionais do MST João Pedro Stedile e João Paulo Rodrigues e a culinarista Bela Gil que fez uma das primeiras falas do encontro e defendeu uma reforma agrária popular.

“Todos os brasileiros e brasileiras precisam ter a oportunidade de escolher a comida que querem colocar no prato. A reforma agrária popular e o incentivo à agricultura familiar são fundamentais para democratizar o acesso à terra. Dessa forma, as pessoas terão comida saudável no prato”, disse.

Gleisi Hoffmann destacou a atuação do MST, sobretudo, durante a pandemia e expôs o caminho que a campanha de Lula irá percorrer no processo eleitoral.

“Se tem uma característica do MST é a solidariedade. Em todas as lutas do povo, o MST está presente. Hoje Lula está livre, inocente, pronto para ser presidente e nós temos que preparar essa caminhada. O povo brasileiro está colocando a esperança em nós .A gente tem discutido a forma que nós temos que nos organizar aqui no Paraná, mas também no Brasil”.

O pré-candidato ao governo do Paraná Roberto Requião enfatizou a importância de movimentos que defendem a reforma agrária para a construção de políticas públicas para o país.

“.A minha indignação encontra esperança em vocês (MST). Precisamos de um governo que ande ao lado do povo. Vamos vencer essa batalha que é uma batalha por identidade. Identidade do povo”.

A agroecologia e a luta pela terra foram pontos evidenciados no discurso de João Pedro Stédile, que afirmou que só “através da união popular que o povo conseguirá avançar”.

“O verdadeiro objetivo da reforma agrária é produzir alimentos saudáveis para todo mundo. Precisamos de um grande programa nacional de agroecologia para construir a reforma agrária. Os comitês populares é o povo falando para o Lula o que quer que mude no Brasil”.

Comitês de Luta Popular

Durante a visita, o Partido dos Trabalhadores deu o ponta pé inicial para um projeto que pretende criar, até abril, cinco mil comitês populares de luta em todo o país.

A ideia é reforçar o trabalho de base do PT por intermédio de uma rede que envolva movimentos sociais e a população. A estratégia faz parte dos dois principais objetivos do partido para 2022: a redução de retrocessos promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), e a eleição de Lula na disputa em outubro.

*Com Brasil de Fato

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