Desabamento em Rio das Pedras é o símbolo do bolsonarismo miliciano

Desabamento em Rio das Pedras é o símbolo do bolsonarismo miliciano

Compartilhe

Assim que descobriram o esquema das rachadinhas no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro, o Flávio, hoje senador pelo Rio de Janeiro, uma figura emergiu das profundezas do boeiro político do baixo clero, Fabrício Queiroz. Por acaso, alguém lembra onde Queiroz se escondeu, assim que começou a ser citado como operador do esquema do clã Bolsonaro? Rio das Pedras.

Fabrício, conhecido apenas como Queiroz, teria sido “acolhido” pela milícia local. Pouco tempo depois, foram descobertas duas pessoas com parentesco direto com chefes milicianos do escritório do crime trabalhando como assessores no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Mais recentemente, também ligado ao clã, a morte de outro miliciano, Adriano da Nóbrega, na Bahia, teria sido assassinado por policiais militares locais, ligados ao bolsonarismo. Adriano era suspeito da morte da vereadora Marielle Franco e teria se reunido com o miliciano Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro, no condomínio Vivendas da Barra. De que milícia seriam essas figuras todas? Rio das Pedras, que fica na região da Barra da Tijuca.

Ronnie Lessa, Capitão Nóbrega e Queiroz teriam ligações com a milícia de Rio das Pedras e todos são policiais militares. Flávio Bolsonaro, não por acaso, conseguiu aprovar a entrega da medalha Tiradentes, a maior comenda do estado do Rio de Janeiro, ao então Capitão Nóbrega e ao miliciano vizinho de Bolsonaro, Ronnie Lessa.

Mas, o que liga essa quadrilha de milicianos ao desabamento? Diferente do tráfico, a milícia se financia pelo processo capitalista marginal. Assim que tomam o local, começam um processo de monopolização do fornecimento de gás, combustível, internet, TV a cabo e até mesmo, telefonia e construção civil. Então, os locais deixam de ter construções menores, como barracos e pequenas casas sem acabamento, para o surgimento de prédios com sacada e bom acabamento. Quem constrói? A milícia.

Os prédios com bom acabamento carecem de legalização do projeto na prefeitura, por motivos óbvios. Ilegais e sem contar com engenheiros no projeto, prédios com até 10 andares emergem entre pequenas construções parede a parede. Sem projeto e sem engenharia, os prédios têm fundações precárias, estrutura frágil e materiais de baixíssima qualidade. O fato é resultado da participação das milícias no processo capitalista monopolizado e sem a participação do poder público, em resumo, sem fiscalização, o objetivo é apenas o lucro.

Com a população local empobrecida e sem capacidade de financiamento, os milicianos financiam com recursos próprios e sem registro. Ou seja, passam a agir como bancos clandestinos e o resultado é o trágico desabamento, como ocorrido hoje, em Rio das Pedras e como já ocorrido na Muzema, também recentemente.

O pior desse momento é que esse pensamento e esse tipo de gente que chegou ao poder central, no Brasil. Ou seja, o Brasil miliciano, bolsonarista e desabado, é o símbolo do que nos tornamos.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: