Pelotão editorial paulista vai à luta pela hegemonia dos restos mortais do tucanistão

Pelotão editorial paulista vai à luta pela hegemonia dos restos mortais do tucanistão

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Pior que uma mídia alheia às profundas desigualdades sociais que correm frouxas debaixo do nariz das redações paulistanas, é uma mídia que não esconde seu fascínio pela elite. E não é qualquer elite, ela é rica e cada vez mais rica, mas sobretudo cada vez mais provinciana que sequer consegue olhar para a própria capital a partir de seus habitantes, que fará olhar para o Brasil, principalmente para os lugares mais remotos.

O Brasil não merece a elite que tem. O povo, tão criativo, resiliente e autônomo na sua diversidade, contrasta com um pensamento quatrocentão que já nasceu culturalmente decadente, junto com uma elite que até hoje não fez a passagem da escravidão para a República em pleno século XXI.

A mídia de São Paulo é a cara de sua elite, tão ou mais provinciana que os barões da casa grande, parece se contentar com uma xepa que lhe resta de um panfleto que se ocupa, na maior parte do tempo, a dar de costas para o país real em nome da casta que se movimenta muito mais pelas badaladas festas do que pelo próprio desenvolvimento industrial.

A elite paulista é a cara da cordialidade dos negócios entre os próprios pares. Não é por acaso que o maior festeiro da capital que se promove nesse jetset festeiro, João Dória que, além de governador, segue como prefeito fazendo de Bruno Covas um mero boneco de ventríloquo.

Por isso, não pensou duas vezes em propor a Bruno Covas que, com mais de 70% de rejeição, não aparecesse ao lado do seu pau mandado para não queimar o filme do candidato.

Covas tem apoio maciço dos empresários, porque sabem que quem comanda tanto o governo do estado quando a prefeitura, é o Dória das festas que promovem encontros e negócios em sua mansão, dando um espetáculo de como funcionam as forças vagas desse país, nas sombras, nas frestas, nos regabofes, na beira das piscinas das mansões do Jardins, num universo completamente apartado do Brasil real.

Essa gente domina o que há de institucional em São Paulo, seja público ou privado.

Assim, a regra básica está na ponta da língua de qualquer redator da mídia paulistana.

Se Boulos chegou aonde chegou com reais possibilidades de virada, seu mérito tem que ser grifado. Boulos conseguiu tirar a nódoa que a elite tentou colocar em sua candidatura, com uma habilidade e serenidade incansáveis e simplesmente desarmou, na bola, cada tentativa de ataque baixo, como é típico da casta paulistana.

Isso fica estampado no constrangimento das matérias do Estadão, Folha, Veja, assim como da Globo em São Paulo. Nenhum desses veículos conseguiu achar Boulos em campo para rachá-lo ao meio, porque o projeto era esse, quando muito tentaram produzir rotações rocambolescas para associar de alguma forma mal-ajambrada um erro de Covas a Boulos, na base da notinha envergonhada. O importante era não afrouxar o caminho de Boulos com picuinhas brejeiras para não deixar que o candidato do Psol, apoiado por uma frente de esquerda avançasse na capital com a elite e a mídia mais reacionárias que, muitas vezes, confundem-se com os piores fascistas desse país.

Como se observa, nada se falou do PSDB, pois este só existe na memória dos saudosistas do fernandismo, do serrismo ou do alckiminismo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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